Se você tem planos de fazer um safári fotográfico atrás das baleias-jubartes no litoral brasileiro, suas chances de encontrar uma pela caminho aumentaram.
Um censo feito pelo Instituto Baleia Jubarte identificou um número recorde dessa espécie por aqui. Entre o litoral de Sergipe e o do Rio de Janeiro foi registrado o aparecimento de 11.418 exemplares no ano passado.
A pesquisa anterior, de 2008, tinha registrado o número de 9.330 exemplares.
O primeiro levantamento, em 2002, localizou apenas 3.396 animais. A área de pesquisa, porém, era bem menor –se estendia da costa da Bahia até o Espírito Santo, em uma região conhecida como banco de Abrolhos, que é onde há a maior concentração dessa espécie no país.
Foi só em 2005 que a busca foi ampliada do Rio Grande do Norte até São Paulo.
O aumento da população das jubartes nos últimos anos é visto com bons olhos pelos pesquisadores brasileiros. A espécie foi quase dizimada em águas brasileiras após os espanhóis introduzirem a caça, no início do século 17. O crescimento se deve à suspensão da caça, no ano de 1987, e também aos trabalhos de conscientização que vêm sendo realizados.
Comunidades de pescadores são orientadas a não atuar em áreas de preservação –onde as baleias, principalmente filhotes, podem se enroscar nas redes e terminar mutiladas ou mortas.
Apesar disso, a presidente do instituto, Márcia Engel, diz que as jubartes não estão em um ambiente seguro. Elas sofrem ainda com riscos de atropelamentos por embarcações e enfrentam a escassez de seu principal alimento, um pequeno camarão chamado krill.
Márcia avalia: “É preciso fazer muito mais por esses animais”. O número de jubartes hoje, por exemplo, representa apenas 27% da população original antes da caça.
As jubartes podem ser vistas na costa brasileira do fim de julho até meados de outubro. Elas vêm até aqui para se reproduzir, depois voltam para a Antártica.
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