Depois de pescado, os peixes percorrem um longo percurso até a mesa do consumidor nas grandes cidades. Ricos em ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras essenciais para o bom funcionamento do corpo, passam por pescadores, redes e mais de um caminhão até chegar aos supermercados e às peixarias. Com ou sem espinhos, o consumo traz benefícios para a saúde, por isso é recomendado por médicos e nutricionistas.
Das mãos ou redes de um pescador, peixes de água doce que possuem couro ou escamas costumam ir já sem vida e congelados em
sacos batidos até os centros de distribuição das empresas de pescados. Retirados de rios, açudes ou praias do Oceano Atlântico, o produto da pesca extrativa geralmente passa por frigoríficos, onde é inspecionado pelo Ministério da Agricultura de cada estado e, se estiver regular, encaminhado para carretas terceirizadas, onde viaja até o centro de distribuição. Os veículos também são fiscalizados pela Serviço de Inspeção Federal (SIF) antes de partirem até as indústrias. Nos centro de distribuição, são selecionados e separados para venda – então, são armazenados em pallets de 1m por 1m20cm em câmeras frigoríficas e recebem o código de produto.
Tilápias, tainhas e cações costumam viajar ainda vivos, pois dos viveiros onde são cultivados são sugados por um maquinário importado pela Netuno Pescados, que evita os danos e o sofrimentos dos peixes. Nesses casos, a mortandade dos peixes é uma questão a ser cuidada. A viagem é feita preferencialmente à noite e em jejum, para que as fezes e a urina não poluam a água e envenenem os animais. Já na planta da fábrica, são beneficiados e se mantêm frescos para venda, ou congelados e postos em caixas de isopor com um gel específico que conserva o produto por até 10 dias quando importados para fora do Brasil. De lá, vão até Recife ou São Paulo, onde são embalados e preparados para a venda.
As frotas das empresas que distribuem e vendem peixes, quase sempre próprias, comportam até 12 toneladas e são conduzidas por um motorista e um ajudante, para facilitar na hora de descarregar. São levados no modelo truck, cujos baús refrigerados a -30ºC a -10ºC evitam que a carga estrague. Para evitar que o cheiro chegue à cabine do motorista, os baús são isolados. Além disso, há pontos de apoio espalhados ao longo das estradas do país, caso ocorra algum problema com o veículo. A manutenção preventiva também é feita pelas indústrias desse setor, para evitar que a temperatura sofra variações, e o carregamento seja comprometido. “O que se torna mais complexo nesse transporte é o frio. É preciso fazer inspeções frequentes nos veículos para v
er se está tudo em ordem e não surjam problemas na parte técnica ao longo do percurso”, comenta Rodrigo Ceguins, coordenador de logística da Netuno.
A questão da higienização dessas frotas é bastante relevante, segundo o responsável pelos caminhões da Kowalsky Indústria e Comércio de Pescados, Augusto de Lima. “A vigilância fica muito em cima, o carro precisa estar sempre limpo, e os peixes com tempo de vida para viajar, quando ainda frescos”, afirma. Contratempos com esse tipo de transporte não são frequentes. Porém, há poucas semanas, a empresa de Santa Catarina precisou baldear a carga, para evitar a perda de peixes.
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