Seca deixa pescadores da Z-13 na expectativa por ampliação do seguro no RS

O vereador Marcelo do Noêmia solicitou à sua correligionária, senadora Ana Amélia Lemos,  empenho na aprovação do projeto de lei que estende o benefício do seguro-desemprego aos pescadores profissionais artesanais também nos períodos de seca, ocorrências de catástrofes e outras intempéries. Durante seu discurso na tribuna,Marcelo, ainda, conclamou aos demais vereadores que também acionem os representantes de seus partidos em Brasília.

Atualmente, o seguro-desemprego só é pago durante o período do defeso, época na qual a pesca fica proibida para proteger a reprodução das espécies, que vai geralmente de 1º de novembro até o final de fevereiro. Se transformada em lei a nova proposta, passará a abranger qualquer período em que houver proibição de pesca ou impossibilidade da atividade pesqueira.

O parlamentar observa que, a medida é de grande interesse para as famílias de pescadores cachoeirenses, que gradativamente vêm enfrentando mais dificuldades para obter o sustento, devido à escassez de peixes. Agora, além da poluição acentuada, da pesca predatória com uso de equipamentos ilegais, é preciso enfrentar também a seca, aponta o vereador. Ele destaca que, o leito do Rio Jacuí vem apresentando níveis surpreendentemente abaixo do normal, o que altera sensivelmente a atividade de procriação dos peixes. “Em grande parte do inverno foi possível avistar pedras, troncos de árvores e cercas antigas que não eram visíveis há décadas. O nível baixo do rio diminuiu muito o peixe”, comenta Marcelo.

REDUÇÃO – Marta Helena Alves, presidente da Colônia de Pescadores Z-13, confirma que o baixo nível do Rio Jacuí prejudicou profundamente a atividade. Alguns pescadores relataram ao vereador Marcelo do Noêmia que o volume de peixes diminuiu pelo menos 60% desde o início do ano. “Está pouco. Estamos pescando porque não tem outro ramo, se tivesse não ia estar sofrendo em barranco na pescaria”, lamentou um dos pescadores.

A Colônia Z-13 tem sua sede em Cachoeira, onde possui mais de 250 pescadores cadastrados, atendendo, ainda, a pescadores de outras 16 cidades das regiões Central, Vale do Rio Pardo e Campanha.

FATORES – De acordo com os biólogos e técnicos ambientais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, há dois fatores preponderantes para a diminuição de peixes que decorrem do baixo nível dos rios. Em alguns locais, a água fica represada formando pequenos açudes, e os peixes que ficam ali morrem com a falta de oxigênio, transformando-se em presas fáceis para pássaros. A falta de chuva também prejudica a reprodução de peixes. Tocas usadas para a desova secam e os alevinos não se desenvolvem. Os biólogos estão prevendo que esta situação vai refletir na população de peixes para o ano que vem.