A Polícia Ambiental do Estado de São Paulo procura os responsáveis pela embarcação da qual se descartou cerca de uma tonelada de peixes mortos encontrados, nesta quinta-feira (25), em praias de Peruíbe (135 km de São Paulo). Retroescavadeiras e caminhões da prefeitura ainda recolhem os restos, e o mau cheiro persiste em parte da orla.
O gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) marinha do Litoral Centro, Marcos Campolim, afirma se tratar de pescado não aproveitado por causa de seu baixo valor comercial. Vinculada à Fundação Florestal paulista, a APA é a maior unidade de conservação marinha do país, com área de quase 4.500 km².
Os peixes teriam sido apanhados a cerca de três quilômetros da costa e levados à praia por correntes marítimas. O biólogo Thiago Guimarães, do Aquário Municipal de Peruíbe, relata terem sido encontradas na areia espécies como corvina, pescada e roncador.
Campolim cita duas hipóteses para o descarte: a de que o pescado tenha sido recolhido em redes de arrasto para camarões ou tenha ficado preso em redes de malha deixadas na água para retirada posterior. A Polícia Ambiental está tentando fotografar as embarcações para transmitir seu nome e seu tamanho ao Ministério da Pesca e Aquicultura, responsável pelo registro dos barcos.
Os proprietários dos pesqueiros podem ser autuados por crime ambiental, pagar multas, ter o barco apreendido, e o registro para atividades de pesca, cassado. “O descarte é alto, sim. No arrasto de malha [em que se deixam redes a certa profundidade para capturar animais marinhos], peixes são recolhidos e ocupam espaço no porão dos barcos até que se pesquem outros, maiores e com mais valor comercial”, afirma o gestor da APA.
Distância maior
Para reduzir o risco de pesca de peixes menores e nem sempre em idade suficiente para reprodução, a Fundação Florestal estuda ampliar as distâncias mínimas da costa para a pesca do camarão. Hoje, ela é de 200 metros para embarcações de pequeno porte e de 1,5 milha náutica (quase 2,8 km) para barcos industriais (geralmente, acima de dez metros de comprimento).
Outro plano consiste em um “programa de pesca responsável” capaz de abranger toda a cadeia produtiva de pescados. Uma ação experimental pode começar neste ano em Itanhaém (106 km de São Paulo), e, em 2013, ser adotada em outras sete cidades da Baixada Santista.
Campolim adverte que os peixes mortos não devem ser tocados (para se evitarem infecções) nem consumidos. A localização de animais marinhos nas praias da região deve ser comunicada à Polícia Ambiental (telefone 13-3358-3158), à APA (13-3261-3445) ou ao escritório do Ibama (órgão federal) em Santos (13-3227-5775).
http://www.uol.com.br