Seca no Lago de Furnas cria grande ‘deserto’ no Sul de Minas
Imagens aéreas registradas pelos repórteres Rodrigo Dias e Devanir Gino, da EPTV Sul de Minas, mostram a situação caótica em que se encontra o reservatório do Lago de Furnas. O nível do reservatório da hidrelétrica de mesmo nome está 13 metros abaixo da capacidade máxima, que é de 768 metros acima do nível do mar. A situação tem causado a morte de peixes e trazido prejuízos para comerciantes e psicultores que vivem da exploração do lago. Além disso, pontes e estradas de terra que há anos não apareciam estão novamente à mostra e alguns cenários formados pela baixa do nível são de desolação. Em muitos locais, onde antes havia água, agora parece mais um deserto.
A queda do nível do Lago de Furnas já tem afetado a fauna e a flora do Sul de Minas. Com a redução do volume de água, a quantidade de oxigênio diminui, o que dificulta a reprodução de plantas como as algas existentes no reservatório. Neste fim de semana, peixes apareceram mortos em uma propriedade que fica entre o distrito de Pontalete e o município de Fama (MG). Segundo o proprietário do sítio, Agenor Garcia Rosa, o caso ainda será comunicado à Polícia Militar do Meio Ambiente.
O nível do Lago de Furnas está cerca de 13 metros abaixo do nível máximo, que é de 768 metros acima do nível do mar. Isso corresponde a 19% da capacidade de volume útil de água do lago. Em todo o Sul de Minas, 34 cidades são banhadas pelo lago. Segundo a Alago (Associação dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas), a previsão é de que a situação do lago só volte ao normal em dois anos.
A queda do nível neste ano acontece devido à necessidade de geração de energia por parte da Hidrelétrica de Furnas, dona do reservatório. Segundo Furnas Centrais Elétricas, é um procedimento normal manter as turbinas da hidrelétrica em pleno funcionamento o ano inteiro, mesmo em época de pouco volume de chuva, já que para a empresa, a prioridade é a geração de energia. Além disso, o Lago de Furnas funciona como uma grande caixa d´água que abastece outras hidrelétricas que seguem o curso do rio, até chegar na Hidrelétrica de Itaipu.
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