O barco segue para alto mar, no litoral do Paraná. Os mergulhadores – franceses e brasileiros – querem observar os meros – peixes ameaçados de extinção.
Os primeiros recifes artificiais foram lançados no litoral do Paraná há mais de 10 anos. A ideia era repovoar pontos devastados pela pesca predatória e proteger a vida marinha. Os mergulhos de tempos em tempos são uma forma de comprovar que a natureza no fundo do mar está se recuperando.
O mero se confunde com as rochas do fundo do mar – por isso também é chamado de senhor das pedras. Pelo menos, 111 meros vivem no litoral do Paraná – considerado o melhor ponto de observação desses peixes gigantes, que podem pesar até duzentos quilos.
“Aqui é um mergulho único no mundo. Você cai aqui e você sabe que vai ter um mero lá embaixo te esperando”, diz Noeli Lara Ribeiro, fotógrafa.
Uma expedição científica do projeto Meros do Brasil realizada no final do ano passado no litoral de Santa Catarina avistou trinta meros. Quinze a menos do que na expedição anterior. O que deixou os pesquisadores preocupados.
No Paraná, os recifes artificiais protegem a espécie da pesca ilegal. “Se as redes passarem vão ficar presas aqui, na verdade, esse é um dos objetivos dos recifes também é criar essas estruturas pra evitar a pesca predatória”, explica Carlos Eduardo Bells, pesquisador da UFPR.
O mergulhador que veio da França especialmente para conhecer o mero no seu ambiente natural comemorou o encontro com o grande peixe.
Outra função dos recifes é criar pontos de observação e atrair mergulhadores do mundo todo.
“Quando os mergulhadores estão nesses pontos, os caçadores se afastam porque sabem que quem está fotografando, filmando, ou simplesmente contemplando esse animal não vai deixar que ninguém os cace”, afirma Roberto Baracho, mergulhador.
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