A Interpol lançou nesta terça-feira (26) uma operação contra a pesca ilegal, um negócio que arrecada até US$ 23 bilhões (R$ 45,6 bilhões) por ano, na estimativa da agência. Ainda de acordo com a polícia internacional, o crime geralmente é cometido por pescadores que atuam longe de seus países de origem, o que aumenta a necessidade da colaboração entre os países.
“Estoques mundiais de peixe estão diminuindo rapidamente, e muitas espécies valiosas já estão próximas da extinção”, afirmou a Interpol em nota divulgada nesta terça. “A última década viu um aumento nas redes criminosas organizadas e transnacionais envolvidas em crimes de pesca”, completou o texto.
A organização ambiental The Pew Charitable Trusts calcula que até um quinto de toda a pesca feita no mundo seja ilegal. Além disso, ela aponta que as novas tecnologias aumentam a capacidade dos barcos ilegais, tanto para permanecer mais tempo no mar quanto para pescar mais fundo. Outros pontos ressaltados pelos ecologistas são a poluição dos oceanos e o aquecimento global, que também ameaçam as populações de peixes.
Postos de venda
Para David Higgins, chefe do Programa de Crimes Ambientais da Interpol, a operação que vai do Pacífico Sul até o Oceano Ártico precisa ter atenção não só com quem pesca, mas também com quem revende o produto ilegal. “O supermercado consegue comprovar de onde vem o peixe?”, questionou.
Um estudo divulgado na semana passada pelo grupo de conservação marinha Oceania feito com mais de 1,2 mil produtos em 700 pontos de venda nos EUA mostrou que a identificação dos peixes nos rótulos estava errada em um terço dos casos.
Para a Interpol, a ação pode, inclusive, prevenir que aconteça com peixes e frutos do mar um escândalo de falsificação semelhante ao da carne de cavalo, recentemente encontrada em produtos industrializados que diziam conter carne bovina na Europa.