Produtores afetados por vazamento de óleo na capital são indenizados
Os maricultores que foram prejudicados pelo vazamento de óleo de uma subestação da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), no bairro Tapera, em Florianópolis, foram indenizados na manhã desta terça-feira (19). Juntos, os 25 produtores que aceitaram a proposta receberam cerca de R$ 1,25 milhão como ressarcimento dos prejuízos causados pelo embargo de 730 hectares de área de mar, que já dura 36 dias e atinge os produtores entre o bairro Tapera e a Freguesia do Ribeirão da Ilha. Dois maricultores não aceitaram o valor oferecido e continuam negociando. Até esta sexta-feira (22), os extrativistas de berbigão também devem receber o valor das indenizações indidividuais. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, elas atingem R$ 270 mil no total.
O problema foi causado pelo vazamento de cerca de 12 mil litros de óleo em uma subestação desativada da Celesc, em um terreno do bairro Tapera, no Sul da Ilha, em novembro de 2012. A área era usada para ensino e o caso foi descoberto em dezembro, cerca de um mês depois do início do vazamento.
Resultados de amostra da substância foram analisadas e, nelas, constatou-se a presença de Bifenilas Policloradas, conhecida comercialmente como Ascarel. É um produto que pode trazer riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Por este motivo, a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) embargou 730 hectares de área de mar, entre o bairro Tapera e a Freguesia do Ribeirão da Ilha.
De acordo com o Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, os valores pagos a cada produtor foram avaliados por uma equipe da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Segundo ele, os técnicos levaram em conta dados de produção, área produzida e número de pessoas envolvidas na atividade.
Conforme a assessoria de imprensa da Celesc, o montante se refere até o dia 10 de março. Caso o embargo não cesse até esta data, nova indenização deve ser oferecida aos maricultures e extrativistas. Rodrigues garante que os valores pagos são superiores aos prejuízos gerados para os trabalhadores. O secretário afirma que a indenização é referente a 90 dias de embargo, mas até o momento, se passaram cerca de 60 dias.
Alguns maricultores discordam. Ademir Dário dos Santos atua nesta atividade há duas décadas. Segundo ele, a indenização que recebeu não é suficiente para arcar com os prejuízos. “Imagine, R$ 50 mil. Agora divide para quatro pessoas que trabalham comigo na pesca, minha esposa e meus dois filhos. Agora imagine como vai ficar isto aí”, declarou o maricultor. Para Adécio Romalino da Cunha, “pior de tudo é não poder fazer a manutenção. A gente olha lá pra fora e vê os cabos estourados. Ficou muita ostra lá”, comenta o maricultor que atua nesta área há 13 anos.
De acordo com a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), é necessário reavaliar a área para depois definir quando será possível liberar o embargo. O presidente da entidade, Gean Loureiro, afirma que foram solicitadas novas análises da região embargada. Além disso, a Celesc precisa entregar um plano de recuperação ambiental da área atingida pelo vazamento e outros procedimentos necessários para certioficar a sanidade ambiental da região.
http://g1.globo.com
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