Após morte de peixes, tanques são abandonados em Guajará-Mirim-RO
O tanque rede que foi instalado dentro do Rio Pacaás Novos, em Guajará-Mirim (RO), em 2007, para beneficiar 26 pescadores, sendo dois deles bolivianos, produziu peixes por apenas um ano. Em 2008, a cheia dos rios Pacaás Novos e Mamoré, que chegou a atingir o município, matou cerca de 30 mil pescados, prontos para comercialização. Desde então, o tanque está desativado e a estrutura do local está comprometida. A presidente da colônia de pescadores, Gerônima da Costa, diz que após a baixa do nível do rio, a estrutura do tanque rede será reconstruída. Nos tanques redes de Costa Marques e Candeias do Jamari foram registrados problemas semelhantes, segundo Superintendência da Aquicultura e Pesca em Rondônia.
Segundo os pescadores, não houve análise para descobrir a causa da morte dos peixes. O pescador Dionísio Palachai conta como viu os pescados morrerem. “Os peixes ficavam sem sangue, parecia que a bactéria sugava todo o sangue porque os peixes ficavam brancos. E ninguém sabia o que era”, conta. Mesmo lamentando a desativação do tanque, Palachai acredita que em breve novos peixes serão criados no local.
No primeiro ano de criação, foram retiradas, em média, 30 toneladas de peixes. Os tanques continuam vazios e no lugar de peixes, há muito mato. Na estrutura do local, quase toda a madeira das passarelas entre os criadouros está comprometida. No projeto foram investidos R$ 250 mil, através de uma parceria entre governo estadual e o Ministério da Integração.
Gerônima da Costa, presidente da Colônia dos Pescadores, conta que no início do projeto havia um engenheiro de pesca responsável pela criação dos peixes. No período que aconteceu mortes, não havia o profissional especializado para orientar os pescadores. A presidente afirma que quando o nível dos rios baixar, a estrutura do local será reconstruída. “A Sedam [Secretaria do Meio Ambiente] disponibilizou madeiras para gente e vai ser entregue no verão, para refazermos novamente o tanque rede”, conta Gerônima.
O superintendente substituto de Aquicultura e Pesca em Rondônia, Ricardo Lopes, informou que para conter as dificuldades, Ricardo afirmou que o Ministério da Pesca está tentando reativar os projetos sob supervisão técnica permanente.
Uma das alternativas avaliada pelo superintendente seria a assistência técnica pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Rondônia, que já tem um convênio de R$ 320 mil investidos na assistência no estado, entretanto ainda está sendo analisado.
De acordo com Ricardo, a superintendência de Aquicultura e Pesca do estado espera novidades nesta situação até maio deste ano. Em relação às perdas no tanque rede em Guajará-Mirim, não há o que ser feito.
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