Países da União Europeia alcançam acordo sobre pesca sustentável
Os ministros europeus da Pesca alcançaram na madrugada desta quarta-feira(15) um acordo mínimo para favorecer uma pesca mais sustentável e que se acomode aos critérios do Parlamento Europeu, determinado a acabar com a pesca excessiva.
“Chegamos a um acordo por ampla maioria”, declarou o ministro irlandês da Pesca, Simon Coveney, após dois dias e uma noite inteira de negociações.
De acordo com a agência de notícias France Presse, a Irlanda, que assume a presidência semestral da UE, havia proposto que os países-membros revisassem sua posição sobre a reforma da Política Pesqueira Comum (PCP), aplicável, em princípio, a partir de 2014, com o objetivo de responder às inquietações do parlamento, que deverá agora dar sua aprovação ao acordo.
“Espero que o Parlamento coopere conosco para finalizar um acordo (…). Esgotamos a vontade política do Conselho de chegar a um compromisso”, advertiu em uma coletiva de imprensa o ministro irlandês e presidente rotativo da UE, Simon Coveney.
Ao término de 36 horas de tensas negociações entre os Estados, muitos divididos neste tema, foi alcançado um acordo mínimo que busca conciliar suas posições com as da Eurocâmara, que quer acabar o quanto antes com os descartes, a prática de devolver ao mar as capturas com escasso valor comercial, mortas ou de difícil conservação em alto-mar.
A maioria dos peixes que voltam vivos ao mar representam até 25% das capturas da UE. No entanto os espécimes lançados geralmente morrem.
Sobrepesca no mundo
Relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) em 2012 alertou que quase 30% das populações de peixes correm risco de desaparecer devido à pesca excessiva.
No documento, a entidade afirma que muitas das populações marinhas, mesmo aquelas já monitoradas pela FAO, continuam sofrendo uma grande pressão. “A superexploração não afeta somente de forma negativa o meio ambiente, mas também reduz a produção pesqueira, com efeitos negativos sociais e econômicos”.
Segundo a agência da ONU, para aumentar a contribuição da pesca marinha à segurança alimentar, às economias e ao bem-estar das comunidades costeiras, é necessário aplicar planos eficazes para reestabelecer as populações de peixes afetados pela sobrepesca.
De acordo com estatísticas apresentadas pelo órgão, cerca de 57% dos peixes estão totalmente explorados (ou seja, o limite sustentável já está próximo de ser atingido) e apenas 13% não estão totalmente explorados. “É necessário fortalecer a governança e ordenar de forma eficaz a pesca”, disse.
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