Pescadores denunciam pesca predatória em Cruzeiro do Sul-AC
O presidente da Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul (AC), Elenildo Souza, informou na manhã de terça-feira (7), a preocupação dos pescadores profissionais da região, com o alto índice de pesca predatória praticada por pessoas não credenciadas, durante a piracema do Rio Juruá. O fenômeno ocorre em períodos de vazante, quando o peixe deixa as margens alagadas e sobe pelo leito do rio em busca de alimento.
O movimento de barcos e canoas carregados de peixes é intenso nos portos em frente à cidade. Além de uma feira livre, ambulantes circulam por toda parte com peixes enfileirados nas conhecidas ‘embiricicas’. Segundo o representante dos pescadores, pessoas que exercem outras profissões e desconhecem as normas da pesca profissional, estariam se aproveitando da falta de fiscalização para exercer a pesca predatória.
“Eles pescam o dia inteiro, inclusive com redes que não são permitidas. Ao final do dia, selecionam o peixe de melhor qualidade e largam o restante na praia. Isso está causando um dano ambiental que nos preocupa. Esse peixe que está sendo desperdiçado hoje vai fazer falta em breve e prejudica quem vive da pesca. Pode até ser uma diversão, mas é uma diversão criminosa”, alerta.
Além do mandin, peixe capturado com muita facilidade, cardumes de jundiá, surubim, matrichã e mapará também fazem parte da piracema.
A fiscalização para combater este tipo de crime ambiental na região do Juruá, era realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas o escritório do órgão que funcionava em Cruzeiro do Sul, fechou as portas há um ano e meio. A direção local do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) que também é autorizado para fiscalizar, informou que ainda não recebeu denúncias sobre a pesca predatória que estaria ocorrendo, mas prometeu desencadear ações de fiscalização ao longo do Rio Juruá.
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