Lideranças de comunidades pesqueiras de diferentes localidades do Litoral tiveram acesso, nesta quinta-feira (20), às conclusões do relatório de levantamento da pesca realizado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). A pesquisa foi feita antes e durante a dragagem de manutenção do canal de acesso aos portos. Os pescadores puderam debater os dados com representantes do porto, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da empresa responsável pelo monitoramento.
“A intenção do Núcleo Ambiental da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina é fazer desses diálogos com a comunidade algo permanente, em toda e qualquer situação, não apenas em audiências prévias a obras. Afinal, as atividades dos portos do Paraná têm que ser desenvolvidas em equilíbrio com o meio ambiente que nos envolve – a natureza, a comunidade (em suas outras atividades econômicas) e a cidade”, afirma o diretor-técnico da Appa, Paulinho Dalmaz.
MEDIADOR – A reunião foi intermediada pelo IAP. De acordo com o chefe da regional do órgão no Litoral, Cyrus Augustus Moro Daldin, muitas vezes as simples audiências públicas, exigidas nos processos para a realização de obras de impacto, como as de dragagem, não conseguem atingir todo o público. “Uma reunião mais informal como esta de hoje traz resultados bem melhores, pois é uma oportunidade de a comunidade entender e acompanhar os trabalhos que vêm sendo realizados”, explica.
Ainda segundo o diretor, apesar da responsabilidade de licenciamento dessas obras ser do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o escritório regional do IAP estabeleceu o canal de comunicação mais próximo da realidade local.
“Muitos pescadores nos procuram para tirar dúvidas e ter acesso às informações. Como o licenciamento é feito por Brasília, existe uma dificuldade de acesso para a comunidade. Estamos abrindo os debates durante a conclusão da dragagem de manutenção, já preparando para estabelecer a cultura do diálogo para a dragagem de aprofundamento, que se aproxima, e para as outras obras futuras”, declarou Daldin.
Para o pescador Pedro da Silveira Alves, 64 anos, de Pontal do Paraná, a iniciativa é positiva. “Acho que é uma porta aberta, uma janela clara a nosso favor”, comenta ele, que está na atividade pesqueira há quase 40 anos.
DADOS – A bióloga Lígia Módolo Pinto, da DTA Engenharia, empresa responsável pela dragagem, mostrou que, em Paranaguá, foram analisados 1.062 desembarques, em quatro meses. A maior quantidade foi na Vila Guarani, nas ilhas do Teixeira e Valadares. Os principais produtos da pesca eram ostra, siri e caranguejos.
Além da pesca, foram apresentados os resultados dos monitoramentos da água, dos sedimentos, da biota aquática, da pluma (do descarte do material dragado) e do volume dragagado. Todos positivos, dentro dos parâmetros exigidos pelos órgãos ambientais.
ANTONINA – Atualmente, está sendo concluída a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Antonina, segunda fase dos trabalhos de dragagem iniciados pela Appa em julho do ano passado. Será retirado 1 milhão de metros cúbicos de sedimentos. Nesta fase, uma draga com capacidade de cisterna de 5 mil metros cúbicos está sendo utilizada.
Com a dragagem, o canal de acesso ao Porto de Antonina permitirá a navegação de navios de até 8,9 metros. Hoje, o calado permitido em Antonina é de 7,10 metros. A primeira etapa da campanha, que é a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, já está concluída. O custo total da obra é de R$ 37 milhões e está sendo paga com recursos próprios da Appa.
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