Cultivo de tilápia no Lago de Itaipu pode dobrar produção de pescado no País – Portal Pesca Amadora Esportiva Cultivo de tilápia no Lago de Itaipu pode dobrar produção de pescado no País | Cultivo de tilápia no Lago de Itaipu pode dobrar produção de pescado no País – Portal Pesca Amadora Esportiva

Cultivo de tilápia no Lago de Itaipu pode dobrar produção de pescado no País

piscicultura-tanque-redeA criação da tilápia no reservatório da usina de Itaipu ganhou o apoio do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. A iniciativa poderá representar a redenção econômica dos pescadores aquicultores do Oeste do Paraná. O cultivo da tilápia no Lago de Itaipu é uma reivindicação dos pescadores da região.

O ministro declarou o apoio durante a abertura do 1º Encontro Regional das Superintendências Federais da Pesca e da Aquicultura das Regiões Sul e Sudeste. O evento vai até sexta-feira (7), no Auditório Integração, na Itaipu Binacional. É a primeira vez que o encontro acontece no Sul do Brasil.

“Basta termos a liberação da tilápia no reservatório de Itaipu para obtermos uma produção de 400 mil toneladas apenas no lago da usina. Hoje, o País todo produz 500 mil toneladas”, disse o ministro.

“Hoje se produz aqui cerca de 4 mil toneladas de pescado, mas este número pode chegar a 400 mil toneladas. Somente com Itaipu podemos dobrar a produção de pescado nacional, com apenas 1% das águas do lago, e chegar a R$ 6 bilhões de renda que seriam injetados na economia”, afirmou.

A produção de tilápia no reservatório já está liberada pelo Ibama, mas ainda esbarra no acordo entre Brasil e Paraguai, que restringe o cultivo de espécies tidas como exóticas para o local. A norma consta no decreto 4526/2002. Embora a tilápia seja encontrada em rios a jusante e a montante do reservatório, ela ainda não consta na lista de espécies liberadas.

Segundo Crivella, o governo brasileiro sinaliza para a liberação, mas depende do avanço dessas negociações com o Paraguai. O país vizinho já teria se manifestado favorável à mudança no acordo, mas ainda não há prazo definido para isso.

“Está comprovado que a tilápia não causa nenhum impacto ambiental. Ela já é encontrada em grande quantidade no Rio Paranapanema, não é predadora nem carnívora”, afirmou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, que acompanhou o ministro nesta manhã. “Temos 135 mil hectares de lâmina d’água e uma base científica que pode contribuir para o desenvolvimento da aquicultura”, completou o DGB.

Em março, Samek recebeu um abaixo-assinado de 1.800 assinaturas solicitando a liberação do cultivo de tilápia no reservatório. A reivindicação foi repassada a Crivella, que recebeu outros pedidos diretamente dos pescadores. Eles solicitam ainda facilidades para o abatedouro e na liberação de certificações municipais e estaduais e junto à vigilância sanitária, além de cursos técnicos para abate.

“A pesca artesanal no rio não dá mais para nosso sustento. Se liberarem a tilápia, vai melhorar e muito a nossa renda. Esperamos também que haja melhoria na liberação dos recursos, para que ele chegue nas mãos do pescador”, disse Ivo dos Santos, da Associação de Pescadores Artesanais de Guaíra e Região. “Mais de 300 pessoas dependem dessa mudança apenas em Guaíra”.

Exemplo
Para o ministro, as vantagens da aquicultura no reservatório de Itaipu são muitas. A seu favor está também a rede de cooperativas do Paraná, “muito bem organizadas”, segundo ele, que poderiam escoar a produção. “Se as cooperativas incorporarem o pescado, sem dúvida o peixe será um dos principais produtos do Brasil”.

Atualmente, há 800 pescadores cadastrados no reservatório de Itaipu, mas estima-se que este número seja muito maior.

Itaipu recebeu o primeiro parque aquícola brasileiro, instalado no reservatório em março de 2006. Hoje, eles estão em outras represas – Castanhão (CE), Ilha Solteira (MS, MG e SP), Furnas (MG), Três Marias (MG) e Tucuruí (PA).

Juntamente com Itaipu, elas têm, no total, capacidade outorgada de produção de 269 mil toneladas de pescado por ano. “Um pecuarista produz uma tonelada de carne por ano por hectare. Em Itaipu podemos produzir 200 toneladas de peixe por hectare, por ano”, estimou.

“Itaipu é um modelo em termos de produção de pescado com sustentabilidade e segurança ambiental. Só falta a viabilidade econômica”, afirmou o ministro, que fez um sobrevoo na região do reservatório após a solenidade. As ações ambientais desenvolvidas pela hidrelétrica receberam elogios de Crivella. “Esta empresa é um orgulho para nós”, concluiu.

Programação
Além do ministro, secretários do Ministério da Pesca e da Aquicultura, deputados e autoridades como o diretor-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu, estiveram no primeiro dia do encontro.

Depois da solenidade, Crivella entregou um cheque simbólico do Plano Safra, que destinou R$ 4,1 bilhões para o financiamento de produção de pescado.

A programação incluiu ainda a degustação pelo ministro e autoridades de um risoto de tilápia feito pelos alunos do curso de gastronomia do Instituto Técnico Federal do Paraná (ITFPR). Até sexta-feira (7), os participantes discutirão assuntos como licenciamento ambiental e o Plano Safra.

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