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Pescadores de São Sebastião alegam queda de 70% na pesca de camarões

krill encontrado na praia de Siriúba em Ilhabela (Foto: Divulgação/Prefeitura de Ilhabela)Pescadores de São Sebastião reclamam de uma queda de 70% na pesca de camarões. Segundo eles, o problema foi registrado neste final de semana, o primeiro permitido para a pesca após o fim do período de defeso, que proibiu a pesca por dois meses para garantir a reprodução da espécie.

Para a Colônia de Pescadores o problema é resultado do vazamento de combustível marítimo ocorrido em 5 de abril em um píer da Transpetro no Terminal Almirante Barroso (Tebar), que atingiu ao menos 11 praias.

“Hoje é o primeiro dia que os barcos estão voltando com mercadoria e a nossa expectativa era que cada barco trouxesse cerca de 500kg da espécie sete barbas e 100kg do camarão branco. Achamos que a queda tem relação com o derramamento”, afirmou o diretor tesoureiro da Colônia, Julio César Manoel Serpa, de 42 anos. Segundo Serpa, cada embarcação pescou cerca de 130kg das duas espécies juntas, o que daria para cobrir apenas as despesas.

“Cada barco tem cerca de mil a dois mil reais de despesa, e esse é o valor que vão trazer de pescaria, principalmente pela época do ano, quando o preço cai”, afirma o diretor. Segundo a colônia, o quilo do camarão varia de R$ 7 à R$ 25 nesta época. Serpa, que pesca no local há 25 anos, avaliou o começo de pesca como um dos piores que já viu. “Essa é uma das piores temporadas que já vi, e de junho a agosto temos normalmente o melhor período para pescar. Se já está ruim agora, imagina depois”, afirma.

Segundo o oceanógrafo e diretor do aquário de Ubatuba, Hugo Gallo Neto, de 47 anos, a falta do crustáceo pode estar ligada a uma série de fatores e ainda é cedo para afirmar a queda da safra. “Isso pode estar ligado ao período de defeso, a alguma situação natural e a poluição. A soma desses fatores pode resultar numa contínua diminuição”, afirma Neto.

De acordo com o oceanógrafo, o fim período de defeso no litoral está deslocado da época reprodutiva, que acontece cerca de dois meses antes. Entre os fatores naturais citados por Neto, está o surgimento de novas espécies marítimas que se alimentam de crustáceos, por exemplo.

Já a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que não há relação entre o vazamento e a falta de pescado. A Transpetro foi procurada e disse, por meio de nota, que continua atuando na região conforme o Plano de Ação e Monitoramento, acordado com a Cetesb.

http://g1.globo.com

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