Ministério da Pesca anuncia investimentos para o Amapá
Para incentivar a atividade pesqueira nos municípios amapaenses, a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Amapá inicia em agosto a implantação do Plano Safra da Pesca e Aquicultura. Lançado em 2012, o plano conta com recursos na ordem de R$ 4,1 bilhões para serem investidos até 2014, em todo o país, na expansão da aquicultura, modernização da pesca e fortalecimento da indústria e do comércio pesqueiro.
“Nossa meta é fazer com que o povo ribeirinho consiga recursos para alavancar sua produção”, informou Fábio Muniz, que assumiu a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Amapá há uma semana, durante solenidade em Brasília (DF). Ele acrescentou que não só os ribeirinhos como também os empresários que atuam no setor poderão acessar recursos para fomentar a atividade no estado.
“O Amapá tem um grande potencial para a atividade pesqueira, mas ainda é pouco aproveitado. Pensando nisso, o ministro [da Pesca e Aquicultura] Marcelo Crivella nos atribuiu a missão de fortalecer o setor no Amapá”, explicou o superintendente.
Muniz disse ainda que deve percorrer cada município para divulgar os benefícios do Plano Safra e explicar aos pescadores como acessar os recursos. Os primeiros a serem visitados são Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque.
Para ser beneficiado, é necessário ser cadastrado em alguma Colônia de Pescadores. “Atualmente temos 15 mil pescadores e pescadoras artesanais no Amapá. Mas vamos fazer um novo levantamento para atualizar esses números”, adiantou Fábio Muniz.
Benefícios
Dos 15 mil pescadores, estima-se que três mil sejam mulheres. Para elas, também existem linhas especiais de crédito, através do Pronaf Mulher. Cada uma poderá contrair, por exemplo, empréstimo no valor de até R$ 3,5 mil sem necessidade de fiador, com carência de dois anos para pagamento. “Se ela pagar em dia, o governo federal dá um desconto de 25% na parcela”, acrescentou o superintendente.
Através das linhas de crédito, os pescadores também poderão renovar suas embarcações, criar tanques de peixes, bem como melhorar o processo produtivo, garantir assistência técnica para os empreendimentos, fortalecer o cooperativismo, adquirir equipamentos, modernizar a indústria e a comercialização, além de investir em ciência, tecnologia e inovação.
Marinelson da Luz dos Santos, 35, diz que tira da pesca junto com a esposa, Laura Rabelo dos Santos, 31 anos, o sustento dos cinco filhos. Eles moram na Caviana (interior do estado do Pará), onde capturam, em média, de 10 a 15 quilos de peixe por semana para vender em Macapá.
“É com muita dificuldade que a gente consegue ganhar dinheiro com a pesca. Às vezes temos que emprestar linha, anzol e outros materiais de outros pescadores”, lamenta Marinelson. “Ainda estamos terminando de equipar o nosso barco. Falta pintura e várias coisas”, complementa o pescador, que se animou com a notícia de poder ser beneficiado com o Plano Safra da Pesca.
Já a esposa Laura Rabelo manifestou preocupação se o benefício realmente chegará até eles. “Mas será que isso vai acontecer mesmo?”, duvidou a pescadora.
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