No AM, pesquisa busca informações sobre a mortalidade de botos
Iniciado em novembro de 2012 em Tefé – a 523 km de distância de Manaus – um estudo do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá foi destaque na 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A pesquisa, de autoria do biólogo tefeense Luzivaldo dos Santos Júnior, tem o intuito de diagnosticar as interações entre os botos e a atividade pesqueira no município.
De acordo com o Instituto Mamirauá, a área de estudo abrange cerca de 60 quilômetros quadrados do Lago Tefé. Para obter os resultados parciais – apresentados na última edição da SBPC – foram realizadas 36 visitas ao lago, com 216 horas de observações.
No total, 10 carcaças (cinco de boto vermelho e cinco de tucuxi) foram recolhidas durante as visitas. No relatório, foi observado que cinco botos – sendo três botos-vermelhos – apresentavam marcas de interação com apetrechos de pesca, como arpão e malhadeiras.
Segundo o biólogo, o boto-vermelho é a espécie mais ameaçada. Na opinião do biólogo, apesar de não ter um predador específico, a interação com o homem durante a pesca acaba sendo a maior ameaça à espécie. De acordo com o especialista, as marcas encontradas em alguns indivíduos permitem concluir que os animais estão sendo afetados por atividades de pesca, tornando desarmônica a relação destes animais com os pescadores.
Estudo
A carcaça do boto é examinada no Instituto Mamirauá. Segundo a entidade, são observados indícios que podem ajudar a identificar a causa da morte dos animais. Após encontrar um boto, esse é coletado e transportado para o Instituto Mamirauá, onde a carcaça é vistoriada em busca de marcas de rede, de agressão, ou de qualquer outro indício que leve a identificar a causa da morte. Dependendo do estado de decomposição, biometria e necropsia são realizadas. Os ossos coletados são guardados no acervo mastozoológico do instituto.
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