Consumo de pescado no Brasil aumenta 23,7% em dois anos
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) afirma que a média por habitante ano no País alcançou 11,17 quilos de pescados em 2011, 14,5% a mais do que em relação ao ano anterior. Já entre 2009 e 2010 o ritmo de crescimento da demanda foi de 7,9%. Em dois anos (2010 e 2011) o crescimento da demanda por peixes e frutos do mar aumentou em média 23,7%. Com o resultado, estima-se que os brasileiros devem consumir pescado na média mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 12 quilos por habitante/ano.
O aumento acentuado de consumo de pescado, que se repete em outras partes do mundo, pode ser explicado no País por alguns fatores, segundo Eloy de Sousa Araújo, Secretário de Infraestrutura e Fomento do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “Nos últimos anos a condição de vida dos brasileiros melhorou, a moeda nacional, o real, readquiriu o poder de compra e a população procura alimentos mais saudáveis para consumo, sendo o pescado uma excelente opção”, avalia.
O crescimento no consumo foi confirmado com a divulgação do Boletim Estatístico do MPA sobre a produção brasileira de pescado em 2011, o mais recente disponível. O boletim permitiu relacionar a produção nacional com as importações e exportações de pescado neste ano de referência, bem como avaliar em perspectiva os anos anteriores e as tendências de mercado.
O secrtário destaca que os jovens descobriram os sashimis da culinária oriental e os restaurantes de comida a quilo. A indústria também inovou com produtos de preparo mais fácil, de cortes prontos e as pizzas de sabor atum.
Além dos peixes nacionais, o País tem uma das maiores biodiversidades em pescado do planeta. Os brasileiros tradicionalmente apreciam peixes de águas frias, como o bacalhau (Cod Fish do mar do Norte), da Noruega, e o salmão, proveniente especialmente do Chile, mas também da Argentina e da China. O fato é que, em 2011, as importações apresentaram um déficit da ordem de US$ 1 bilhão.
Nos últimos anos, o Brasil, com o Ministério da Pesca e Aquicultura, passou a se estruturar para se tornar um grande produtor de pescado. O País, afinal, é o que possui mais água doce no mundo (13%) e um extenso litoral. No final de 2012, o Governo Federal lançou o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, que oferta R$ 4,1 bilhão em crédito para o setor. Além disso, o MPA criou uma rede de laboratórios oficiais para certificar a qualidade do pescado para exportação, importação e consumo interno.
Este ano, um edital público do MPA incluiu 27% dos municípios brasileiros em um programa para estimular a piscicultura em propriedades rurais. O Governo Federal também passou a imprimir maior velocidade no lançamento de editais para a produção de pescado em grandes reservatórios e no litoral.
Apenas em junho e setembro deste ano, a Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do MPA destinou mais de 700 hectares de áreas sob domínio da União para a produção de aproximadamente 200 mil toneladas de pescado por ano, entre peixes, ostras e mexilhões. As áreas estão localizadas em reservatórios de usinas hidrelétricas e ambientes marinhos nos estados de São Paulo, Tocantins, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.
Outra medida estruturante fundamental está sendo a simplificação do licenciamento ambiental de projetos em águas da União, que recebeu recentemente o apoio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O Conselho conta com a participação dos órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.
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