Programa de cultivo de macroalgas deve gerar mais de 1500 empregos em Maceió
Além dos governos federal e estadual, a prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de um convênio com a Universidade Estadual de Alagoas Uneal), também confirmaram a parceria.
O secretário da Sepaq, Regis Cavalcante, fala com felicidade na possibilidade de geração de renda e trabalho para os pescadores artesanais alagoanos.
“Desde que conheci o programa, estamos pesquisando e criamos o projeto que foi aceito pelo MPA e o senador Benedito de Lira apostou. Estamos prospectando parceiros, a exemplo da prefeitura e hoje nos reunimos com os responsáveis pelo programa de extensão e projetos da Uneal, para pactuar um convênio de extensão. E o reitor está muito interessado em ser o parceiro acadêmico científico da ação”, explica Regis Cavalcante.
De acordo com o secretário municipal de proteção ao Meio Ambiente, Rafael Wong, a prefeitura tem interesse em ser parceira e dar apoio total ao programa. “O projeto é bem interessante e pretendemos colocar em prática e dar total apoio. A população reclama da alga marinha quando vai tomar seu banho de mar, e a vê como lixo, e não é, é a natureza. Além de ajudar no recolhimento das algas, evitando que ela vá parar no lixão, será um projeto que através da tecnologia, aqui apresentada, vai gerar emprego e renda e vai ser bom para a população de Maceió”.
Nos últimos dias o técnico que responde pela atividade, o superintendente de comercialização e industrialização da Sepaq, Jefferson Machado vem se reunindo com especialistas em algicultura da Associação de Maricultores do Litoral Sul do Rio de Janeiro (Amalis), que foram responsáveis pelo programa, no município de Mangaratiba no Rio de Janeiro. E portanto devem ser os intervenientes da ação, através de uma capacitação de 120 horas teórica-prática.
“O secretário Regis Cavalcante foi visitar o cultivo no início deste ano em Mangaratiba e ficou encantado com as possibilidades que as macroalgas podem trazer para a economia de Maceió e de todo estado. E o nosso público alvo, que é o pescador, vamos capacitá-lo, através de um curso de qualificação, transferindo a tecnologia de cultivo das macroalgas do Rio de Janeiro, para os pescadores locais”, falou o superintendente.
O cultivo de macroalgas, segundo o administrador Luis Alberto e o biólogo Marcos Abreu, da Amalis- RJ serve, com eficácia, para regular o bioma marinho local e ampliar o potencial de pesca. “Teremos a regulação do ciclo, propiciando um maior estoque de peixes. Junto ao cultivo, será possível ainda conciliar a produção de outros organismos, a exemplo do mexilhão”.
Entenda o Programa
O processo que gerará renda se dará a partir do extrato líquido orgânico das macroalgas para uso na agricultura, e a massa seca será processada e se transformará em ração, para uso animal. E poderá ser base alimentícia para galinhas, peixes e ainda para caprinos, suínos, além de incrementar o alimento do gado, alicerçando a bacia leiteira alagoana.
O ágar ágar e a carragena, são extraídas das algas e serão utilizadas na indústria alimentícia local, a exemplo do sorvete, gelatina, bebidas e outros concentrados. “Temos intenção de criar a unidade de biorrefinamento da macroalgas, para extrair os sais para indústria farmacêutica”, completou o secretário Regis Cavalcante.
Por meio da parceria com a prefeitura, além de viabilizar um local para a instalação do projeto, será concedido ainda a licença do recolhimento das algas do litoral. “Com o recolhimento de 2 toneladas por dia já é possível iniciar o projeto. O que é totalmente viável, pois já fizemos experimento aqui, e em uma hora, apenas na praia de pajuçara e ponta verde recolhemos 750kg de algas arribadas,” disse Marcos Abreu, da Amalis.
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