O animal encontrado por populares morto na areia da Praia da Barra em Macaé, interior do estado do Rio, na manhã da última terça-feira (29), inicialmente confundido com um golfinho toninha era na verdade um boto-cinza. “O mamífero tinha cortes, provavelmente feitos por redes de pesca e uma perfuração feita por arpão.”
A confirmação foi do analista ambiental da Prefeitura de Macaé, Marcus Muros. Após análise das características morfológicas utilizadas na identificação do animal, pode-se destacar que ele apresentava nadadeira dorsal em formato triangular, localizada próximo ao centro do dorso. A coloração varia do cinza escuro no dorso ao cinza claro e no ventre varia do branco ao rosado, características do boto-cinza e não da toninha.
O boto-cinza, também conhecido como tucuxi, pirajaguara e boto-preto, é um animal da família dos delfinídeos. Tem o hábito de viver em grupo e é muito sociável. Como todos os cetáceos, tem de respirar ar periodicamente, podendo, porém, permanecer submerso por longos períodos. Geralmente, seus dentes são todos iguais, existindo apenas uma dentição. A maioria dos botos-cinzas se alimenta de peixes e lulas e, ocasionalmente, de crustáceos.
Os botos-cinzas atingem velocidade de até sessenta quilômetros por hora, saltando até cinco metros acima da água. Eles podem viver até oitenta anos. Utilizam a técnica de pesca em grupo, o que facilita o cerco dos peixes.
Sua principal ameaça são as redes de pesca, onde, por acidente, acabam ficando presos e morrendo afogados. De acordo com informações do comandante da Guarda Ambiental, Madson Nazareno, os guardas foram acionados por meio de um telefonema anônimo. “O que verificamos foi que o animal tinha presença de cortes, provavelmente feitos por rede, e um dos órgãos arpoado, ou seja, atingido por um arpão. O que caracteriza pesca predatória”, explicou. Desde 1986, são proibidas a pesca, caça, perseguição ou captura de cetáceos nas águas brasileiras.
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