Já foram retiradas mais de cinco toneladas de peixes dos rios Turvo e São Domingos no trabalho realizado pela Polícia Ambiental e Cetesb para evitar mais mortes de animais por causa do caramelo que atingiu os rios depois do incêndio em um depósito de açúcar em Santa Adélia (SP).
O prejuízo ambiental pode ser ainda maior, já que é época de piracema, período de reprodução dos peixes. A empresa responsável pelo armazém informou que está ajudando no trabalho de rescaldo e no combate ao prejuízo ambiental. A operação de resgate continua nesta segunda-feira (4).
O caramelo, resultado do incêndio em um barracão de açúcar, chegou nesse fim de semana ao rio Turvo. Depois de mais de uma semana do acidente, os poluentes ainda provocam danos ao meio ambiente. Quatro toneladas de peixes apareceram mortos e uma grande operação foi feita para salvar os que sobreviveram.
Uma coloração escura na água indica a contaminação e a mancha de poluentes chegou ao rio Turvo provocando a morte de milhares de peixes. Espécies como lambaris, mandis e curimbatás surgiram boiando na superfície e outros tantos agonizam em busca de oxigênio.
Polícia Ambiental e Cetesb realizam uma força-tarefa para tentar salvar os cardumes que sobreviveram. Com redes e tarrafas, os peixes são resgatados e colocados em tanques onde recebem oxigênio. O trabalho conta com a ajuda de pescadores da região. “Os lambaris, pequenos bagres vão morrer, não temos como salvar estes peixes. Nosso foco são os maiores, como os dourados, senão a catástrofe será maior. Então enquanto perdurar a mortandade de peixes a gente vai tentar resgatar”, afirma o capitão da Polícia Ambiental Olivaldi Azevedo.
O que tem preocupado os técnicos da Cetesb é a quantidade de oxigênio na água. Em pelo menos 100 quilômetros ao longo do rio esse índice chega a 0%. “O controle de oxigênio vai nos dar as repostas. Quanto mais oxigênio na água, melhor a situação, por isso temos várias equipes fazendo a medição de oxigênio em todo o rio”, diz o gerente regional da Cetesb Antônio Falco Júnior.
O problema começou depois do incêndio em um armazém de açúcar em Santa Adélia, há dez dias. O caramelo que vazou do galpão chegou ao rio São Domingos, contaminando completamente a água. O rio corta cinco municípios da região noroeste paulista e deságua no Turvo. Segundo a companhia ambiental, a esperança é que a chuva venha nos próximos dias, o que pode ajudar a diminuir a mortandade dos peixes. “É um trabalho que depende de uma série de circunstância, como a chuva que pode diluir um pouco o problema”, afirma o gerente da Cetesb.
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