Calor pode ter causado mortandade de peixes no Rio Tietê, em SP
Biólogos suspeitam que o calor e o baixo volume de água estejam por trás da mortandade de peixes no Rio Tietê e em afluentes dele, no interior de São Paulo.
Nos últimos dias, quase cem toneladas de peixes foram encontrados mortos nas margens e nos afluentes do rio.
Só em Arealva, mais 20 toneladas de tilápia morreram nos tanques de criação. Em São Manuel, outras 50 toneladas de peixe também se perderam.
“A gente luta tanto, a hora que está começando, acontece estas coisas aí. É para acabar mesmo, é duro”, disse o piscicultor Willian Terra dos Santos.
O prejuízo vai pesar no bolso dos criadores. “Quatro, cinco meses de serviço perdido, aproximadamente uns R$ 200 mil. Aí fica complicado para gente recuperar isso aí”, afirmou o também piscicultor Marcos Antônio Bortoloto.
Técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo coletaram amostras da água ao longo do rio para saber se existe algum tipo de contaminação. O calor intenso que fez na região pode ter provocado um desequilíbrio ambiental.
“Constatamos também a presença de algas mortas, que têm uma proliferação muito grande onde o oxigênio dissolvido em função da matéria orgânica que está se deteriorando, consome o oxigênio e pode ter provocado a mortandade dos peixes”, avalia o técnico da Cetesb Martinho Raggio.
No Rio Piracicaba, outro afluente do Tietê, o nível da água baixou por causa da estiagem. Faltou oxigênio e mais de 20 toneladas de peixes morreram.
Segundo especialistas, o Piracicaba pode levar três anos para se recuperar desse desastre ambiental. “O poder de purificação do rio fica extremamente comprometido e seu equilíbrio para a própria recuperação”, comenta o ambientalista Ricardo Schimidt.
“Eu já pesquei muito nesse rio. Para mim, representa muita coisa e eu estou muito triste com isso”, afirma a cozinheira Santa Dias Ferreira.
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