Peixes são achados mortos no Rio Piracicaba ‘seco’ e cheio de pedras
Dezenas de peixes foram encontrados mortos no Rio Piracicaba na tarde desta segunda-feira (3) em área próxima ao Largo dos Pescadores. Os peixes da espécie cascudo, de pequeno porte, estavam sobre pedras e em poças d’água isoladas e devem ter morrido por falta de oxigênio, segundo especialista.
A vazão do manancial, um dos principais fornecedores de água para o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo, está em níveis atípicos para fevereiro. Nesta segunda-feira, a vazão chegou a 17,9 metros cúbicos por segundo com o rio com apenas 97 centímetros de profundidade, cenário semelhante a períodos severos de seca.
O pesquisador Plínio Camargo, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) do campus de Piracicaba da Univesidade de São Paulo (USP), explicou que os peixes ficaram presos nas poças. “Provavelmente eles entraram no local das pedras, mas não conseguiram sair mais. Temos um rio poluído, mas naquele local não há ocorrência de descarte de poluentes. Creio que com a falta de chuvas e com a vazão do rio caindo mais e mais diariamente é provável que essa situação se repita”, disse.
Seca incomum
Nesta segunda-feira, o sistema de telemetria do Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) chegou a registrar vazão de 17,9 metros cúbicos por segundo e média de 97 centímetros de profundidade às 15h30. “Em uma época de seca severa, a vazão do Rio Piracicaba foi de 12 metros cúbicos por segundo. Em fevereiro era para o rio estar bufando”, afirmou Camargo.
O secretário-executivo do Comitê das Bacias PCJ, Luiz Roberto Moretti, disse que o momento é de acender o sinal amarelo no consumo de água. “As pessoas precisam iniciar o uso racional da água, evitar o uso onde seja possível e economizar. O problema não está só em Piracicaba, mas em todas as cidades da região”, afirmou Moretti.
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