O período de proibição da pesca para a desova dos peixes vai terminar na próxima sexta-feira à meia noite. Daí em diante, a pesca estará liberada para profissionais e amadores. Mas o que está deixando as autoridades preocupadas é que incursões feitas no rio Paraná mostram que, em função do calor forte que fez e da falta de chuva, o nível do rio não subiu, a temperatura da água ficou alta e, com isso, os peixes ainda não desovaram. Se o pescador for com muita sede ao pote, poderá faltar peixe no rio em dois anos.
O alerta foi feito ontem pelo chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em Umuarama, Geraldo Magela, e pelo diretor do Parque Nacional de Ilha Grande, Romano Pulzato Neto. Segundo ele, é importante conscientizar os pescadores para retirar do rio o mínimo possível de peixes. “O melhor seria praticar a pesca esportiva, do tipo, pesca e solta, uma prática que alguns pescadores já adotam. Eles sabem que será difícil levar todos os pescadores a fazerem isso agora, mas fica o alerta.”
Em anos anteriores, sempre houve chuvas em quantidades suficientes para o nível do rio subir e até enchentes que lotavam as ilhas e várzeas do “Paranazão”. Com isso, a desova era beneficiada. Mas no atual verão, a estiagem prolongada entre janeiro e fevereiro e a temperatura alta prejudicaram a desova. Além disso, o rio ficou com o nível baixo. Entre São Paulo e Minas Gerais a proibição da pesca chegou a ser prolongada por mais um mês, mas no Paraná a medida não foi adotada. Então, a pesca será mesmo liberada a partir de sábado.
Fiscalização
Para evitar a ação dos “pescadores” predadores, a fiscalização deverá ser reforçada no rio Paraná e afluentes durante a liberação da pesca, principalmente no primeiro fim de semana que inclui ainda o feriado de Carnaval, na próxima terça-feira. Se forem retirados muitos peixes do rio, o estoque pesqueiro será comprometido, principalmente, daqui a dois anos.
O que é permitido
Com a liberação da pesca, fica permitido ao pescador amador a pesca de 10 quilos mais um exemplar de peixes, todos dentro das medidas permitidas. Todos os pescadores precisam portar a licença especial de pesca para ir aos rios. E a pesca do Dourado continua proibida.
A CONFIRMAÇÃO DA NÃO DESOVA
O chefe da APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná está em Porto Rico juntamente com o Nupelia/UEM realizando coletas. Segundo ele, não estão sendo encontrados ovos e larvas no rio Paraná naquela altura do rio. “Nestes últimos meses, em que está estabelecido o período de defeso, não tivemos chuvas e cheias suficientes para que os peixes – principalmente os peixes migradores como o Dourado, a Piracanjuva e o Pintado – pudessem se reproduzir. Os peixes ainda estão ovados e quando a pesca reiniciar poderemos ter a perda de uma geração inteira na população de peixes, trazendo futuros prejuízos tanto para a biodiversidade quanto para os pescadores profissionais.