Pescadores de Lajeado, a 50 km de Palmas, se reuniram neste domingo (23), para contabilizar os prejuízos causados pela morte de centenas de peixes, próximo à barragem da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, na cidade. No último dia 16 um internauta flagrou o momento que os peixes ficaram presos entre as pedras.
Segundo os pescadores, os peixes morrem após o abre e fecha das comportas. Eles estão revoltados com o desrespeito ao meio ambiente no período da piracema – período em que fica proibido o exercício da pesca nos rios, lagos ou qualquer outro corpo hídrico no estado. “O peixe que morreu, eles têm que pagar pra nós. Em dinheiro, seja de que forma for. Porque o prejuízo foi para nós, não foi para eles”, diz o presidente da Colônia de Pescadores de Lajeado, Domingos Ferreira Lima, acrescentando que a intenção é entrar na justiça.
No domingo (23), policiais ambientais estavam percorrendo o lago. Eles não quiseram falar sobre a mortandade dos peixes. O pescador Vagner Vieira Fernandes, questionou o trabalho dos policiais. “Pescar o peixe para sobreviver não é crime ambiental. Agora, o peixe morrer dessa forma, no impacto dessa água, isso é crime ambiental. Nós temos que defender isso aqui, nós somos de Lajeado e vocês [policiais] como autoridade maior daqui tinham que defender isso aqui. Eles estão aqui para defender nós ou a usina. Cadê as autoridades? O que elas dizem disso?”
Os pescadores não são contra a usina, mas querem que a natureza seja preservada. “Quando fosse pra fechar, para diminuir a água, eles tinham que ter pessoas especializadas para pegar o peixe, que está naquela bacia que não vai sobreviver, e soltar no rio”, observa uma pescadora.
Na sexta-feira (21), o Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins) divulgou um parecer técnico cuja suspeita é de que, para gerar mais energia a ser distribuída para o Sistema Nacional, a usina tenha feito mudanças na operação, o que pode ter causado a morte dos peixes. Um laudo definitivo deve ser divulgado nesta quarta-feira (26).