A Prefeitura de Piracicaba (SP) irá pedir o repovoamento de peixes do Rio Piracicaba à AES Tietê, segundo afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente Rogério Vidal durante o 20º arrastão ecológico, na manhã deste sábado (15). A iniciativa ocorre devido à mortandade dos animais, já que o manancial passa pela pior seca em 50 anos. O Executivo retirou 6,6 toneladas de carcaças de animais em dois dias. Empresa e Executivo não confirmaram como a ação será feita.
“Ainda não tem nada acertado, mas nos próximos 20 dias quero agendar essa reunião para tentar repovoar o rio. No início do ano a empresa forneceu 60 mil peixes, que foram soltos no manancial na cidade de Santa Maria da Serra (SP). No entanto, precisamos rapidamente encontrar uma forma para devolver cardumes às águas do Piracicaba e diminuir o impacto causado pela seca do rio”, relatou o secretário.
Vidal disse ainda que a Prefeitura não tem condições para montar um laboratório de criação de peixes a curto prazo, por isso deve encaminhar o pedido de ajuda à empresa que há anos possui projetos de repovoamento de mananciais.
“A gente lamenta pelos peixes que morreram e também pelos que deixaram de nascer. Nós sabemos que pela natureza o impacto só será recuperado em cinco anos, por isso, estamos buscando uma alternativa para ajudar o Rio Piracicaba”, ressaltou Vidal.
AES Tietê
A empresa privada AES Tietê tem um projeto ambiental de repovoamento de peixes nos cursos de alguns rios como: Tietê, Rio Grande e Piracicaba. Anualmente produz 2,5 milhões de alevinos. Sete espécies nativas do Rio Tietê são cultivadas nos laboratórios para serem devolvidas aos mananciais como: pacu-guaçu, curimbatá, dourado, piracanjuba, tabarana, piapara e lambari.
Arrastão ecológico
Crianças, jovens e adultos participaram na manhã deste sábado da 20ª edição do arrastão ecológico às margens do Rio Piracicaba. De acordo com os organizadores, pelo menos 400 pessoas estiveram pela manhã no evento que tem como objetivo conscientizar a população para a preservação do manancial que corta Piracicaba. Os voluntários recolheram 700 quilos de lixos ao longo do trecho que mais sofre com a crise hídrica, na altura do Largo dos Pescadores.
Pior seca em 50 anos
O manancial que corta Piracicaba passa pela pior seca dos últimos 50 anos. Esta falta d’água fez com que não só as pedras do fundo do manancial aparecessem, mas também toda a sujeira acumulada. Galhos de árvores, pneus, carrinho de bebê, carcaça de televisor e até um saco de areia usado em aulas de boxe podem ser vistos em meio à fraca correnteza.