Após a denúncia do aparecimento de milhares de peixes mortos próximo à barragem da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães em Lajeado, a 50 km de Palmas, o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joaquim Henrique Montelo Moura, disse que os peixes ainda não entenderam a lógica da geração de energia. “A natureza não se adaptou ao mecanismo de barramento do rio”, argumentou Moura.
A afirmação partiu de uma entrevista realizada na tarde desta terça-feira (18), na sede do órgão em Palmas, para a TV Anhanguera.
Um internauta flagrou a mortandade dos animais no domingo (16) e gravou um vídeo. As imagens mostram que os peixes ficaram presos entre as pedras, após o fechamento das comportas da usina.
O superintendente reconhece que o fechamento da barragem é uma agressão contra a vida dos animais, que estão em época de reprodução. Na piracema a pesca predatória é proibida e quem mais lamentou a morte dos peixes foram os próprios pescadores. Segundo eles, o nível do rio baixou 15 metros em menos de meia hora.
“Se tivesse feito direito não estaria morrendo peixe nenhum. Porque no tempo, se a água descesse devagarzinho, dava tempo dos peixes saírem”, observou o presidente da Colônia de Pescadores de Lajeado, Domingos Ferreira Lima.
Em agosto do ano passado, aconteceu a mesma coisa. A Investco, empresa que administra a usina, e o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), prometeram investigar e resolver o problema, que se repete com frequência. “Dá prejuízo para os próprios ribeirinhos, próprio pescador. Acaba com os peixes tudo de uma vez”, lamentou o presidente da Colônia de Pescadores.
Sobre essa recente mortandade a Investco alegou que não houve abertura, nem fechamento de comportas e informou que apura o que aconteceu. Já o Naturatins, por meio da assessoria de comunicação, alegou que os técnicos estiveram na barragem e que, nos próximos dias, serão divulgadas as conclusões e possíveis punições à usina.