Nem bem terminou a piracema e os pescadores já disputavam o espaço às margens do Rio Mogi-Guaçu, em Pirassununga (SP). O pedido do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta) aos ministérios do Meio Ambiente e da Pesca para que o período fosse prorrogado não foi atendido e a restrição foi encerrada à meia-noite deste sábado (1º).
Cada um a seu modo foi garantindo um jeito de fisgar o peixe. No alto das embarcações, no barranco e até no meio do rio era possível ver uma vara. O aposentado Cesar Ciola exibiu com gosto o primeiro dourado capturado depois do fim da piracema. “Eu acho que tem uns quatro quilos, mas valeu como abertura da pesca. Foi um belo exemplar, lembrando de respeitar a cota, que são dois dourados por dia”, falou o pescador amador.
O período de piracema terminou depois de quatro meses. Pesquisadores do Cepta enviaram há dez dias uma nota técnica para os dois ministérios, sugerindo a prorrogação do defeso até o dia 31 de março. A preocupação deles é com a sobrevivência das espécies. O centro constatou que 85% dos peixes não conseguiram subir os rios por causa da estiagem e perderam a época de desova.
Além da dificuldade para se reproduzirem, em alguns trechos do rio, muitos cardumes ainda estão isolados em pequenas lagoas por causa do nível baixo. Como não conseguem sair, os peixes se tornam presas fáceis dos pescadores agora com a liberação que coincidiu com o começo do feriado de carnaval.
Teve gente que aproveitou. O conferente Clenilson Vitorino da Silva veio de Campo Limpo Paulista com amigos já na sexta-feira (28) para curtir a pescaria. “Debaixo de chuva na estrada e chegamos aqui por volta das 13h”, relatou.
Minutos antes da meia-noite o grupo já estava de plantão na margem do rio esperando o momento para pegar os anzóis. “É a vontade de pegar o dourado que a turma fala tanto. Então viemos tentar pegar esse dourado e acho que vamos conseguir”, falou.