Piranhas atacam tilápias e destroem redes de pesca em Linhares-ES
Um grupo de pescadores da Lagoa Juparanã em Linhares, Norte do Espírito Santo, reclama dos prejuízos causados por piranhas que atacam os peixes criados na lagoa e destroem as redes de pesca. O biólogo Fabrício Borghi explicou que as piranhas atacam outros peixes por falta de um predador natural.
A Associação de Piscicultores do Guaxe (Apiguá), que produz, em tanques, cerca de 12 toneladas de tilápias por mês, destinadas à merenda escolar e ao comércio, precisou fazer novos investimentos na pesca para não sofrer os prejuízos. Os pescadores relataram que a espécie está atacando os outros peixes e estragando o material usado na pesca.
“Tivemos que atracar os tubos com arames. Antes fazíamos com cordas, mas a corda corta e as gaiolas afundam, e acabamos perdendo os peixes por causa dos cortes que as piranhas fazem”, disse o administrador da associação, Reginaldo Messias Lima Viana.
O pescador Guilherme Pinto do Nascimento disse que já foi mordido por uma piranha. “Fui retirar um peixe morto da rede e uma piranha mordeu o meu dedo. A gente bota uma rede e no outro dia ela está toda cortada. Além disso, as piranhas comem os peixes. Robalo está difícil, tucunaré sumiu. Está muito difícil”, contou.
Reginaldo disse ainda que a alimentação das tilápias é feita três vezes por dia, e são nesses momentos que as piranhas sobem para a superfície. “Elas são atraídas pelo cheiro da ração. Às vezes a ração escapa da gaiola e elas aparecem para comer, e se escapar a tilápia elas comem também”, contou.
Predador
O biólogo Fabrício Borghi acredita que as piranhas atacam outros peixes pela falta de um predador natural. “As piranhas não têm competição para sobrevivência, e pela falta de um predador natural, elas acabam se alimentando de insetos e de outros peixes”, explicou.
O biólogo disse, ainda, que as pessoas devem tomar alguns cuidados para evitar ataques. “É importante que as pessoas não joguem alimentos dentro da água para não atrair as piranhas. Os ataques a humanos não são comuns, mas se a pessoa souber que existem esses animais em determinado lugar é melhor evitá-los”, orientou.
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