Brasileiros comem salmão colorido artificialmente
“Peixe de cultivo: coloração resultante de corante utilizado na ração”. A frase, impressa nas embalagens de salmão, deixa muitos consumidores curiosos. Afinal, o salmão vendido nos supermercados e servido nos restaurantes não é o salmão “verdadeiro”? O Ministério da Pesca e Aquicultura responde que sim. De acordo com o órgão, o consumidor pode ficar tranquilo, porque não se trata de um peixe falso, colorido artificialmente para se parecer com o salmão. O aviso significa que o salmão foi produzido em cativeiro, com uma alimentação diferente do salmão selvagem.
Na natureza, o peixe se alimenta de outros peixes, pequenos crustáceos e algas, que lhe dão a coloração típica. Em cativeiro, ele é alimentado com ração e, para chegar à coloração semelhante à natural, um corante é adicionado ao alimento. O peixe consumido no Brasil é importado, em sua maioria, do Chile, mas pode vir também da Argentina ou da China. O país não produz o peixe, que é natural de águas geladas do Atlântico Norte e do Pacífico.
O aviso no rótulo sobre a coloração artificial é uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) desde 2008. Sem a coloração característica, a comercialização do peixe poderia ser afetada. “Esses pigmentos devem ser adicionados à sua alimentação para viabilizar sua incorporação de deposição na carne, conferindo a colocação característica da espécie, aumentando sua aceitação e valor no mercado”, diz o MAPA, em nota.
O órgão garante que a forma de obter a pigmentação da carne é a única diferença entre o salmão de cativeiro e o pescado diretamente no mar. Os dois tipos de peixes são ricos em ômega 3, um ácido graxo antioxidante e com papel importante na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares e colesterol alto, entre outros benefícios.
As importações de salmão do Pacífico pelo Brasil cresceram 11,73% em março deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em valor, a alta foi de 35% no mesmo período.
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