Ex-secretário de Pesca, biólogo defende moratória no Pantanal
O biólogo Thomaz Lippareli defende a proibição imediata da atividade pesqueira profissional na região do Pantanal, para a recuperação do estoque pesqueiro em Mato Grosso do Sul. Conforme ele, somente assim será possível avaliar a capacidade de suporte dos rios, para então disciplinar o acesso ao recurso pesqueiro. “Se não parar a pesca profissional, não teremos condições de avaliar o verdadeiro impacto dessa atividade econômica sobre a realidade dos nosso rios”, afirma.
Para Lippareli, há uma grande exploração com a pesca profissional, que, aliás, acabou sendo reduzida pela própria diminuição do estoque de peixes nos rios pantaneiros. “Hoje não há mais grandes peixes. Então se pesca os peixes pequenos que desovaram apenas uma vez, ou sequer desovaram”, explica.
Conforme a publicação, outro agravante, segundo o especialista, é que com o desaparecimento das espécies nobres (pintado, barbado, surubim, pacu e, principalmente dourado) houve a migração dos pescadores para outras espécies consideradas de segunda linha e que hoje, também, correm o risco de redução nos rios.
Thomaz Lippareli acompanha de perto a situação nos rios há pelo menos quinze anos, quando assumiu a extinta secretária estadual de Pesca em MS, entre os anos de 2001 e 2007.
Outro fator importante nessa linha de raciocínio de Lippareli, é que o Brasil perde a cada ano em média 70.000 turistas praticantes da pesca esportiva que viajam para a Argentina em busca dos grandes dourados e pintados do Rio Paraná. Uma grande parte desses turistas que desembolsam em média entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00 por semana de pesca na Argentina, são turistas que antes da defasagem de peixes nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pescavam nos rios daqueles estados.
Com a preservação dos estoques de peixes, ambos os estados teriam um fluxo turístico e um retorno financeiro superior ao que se vê hoje.
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