Grupo registra mortandade de peixes no Rio Piracicaba próximo a Tanquan
Um grupo que participava de um passeio de barco na tarde desta segunda-feira (7) flagrou mortandade de peixes no Rio Piracicaba em trecho próximo ao Tanquan, chamado de “mini-pantanal” paulista em razão da biodiversidade que abriga.
O diretor do Instituto Beira Rio, Luís Fernando Magossi, conhecido como “Gordo”, estimou em 2.000 quilos a quantidade de peixes mortos no local. “Tinha piapara, piava, mandi e até um pintado de mais ou menos 10 quilos”, afirmou.
O ponto do Rio Piracicaba onde a mortandade foi registrada fica nas proximidades da chamada “curva do lajeado”, a cerca de 60 quilômetros de distância da Rua do Porto, na área urbana de Piracicaba (SP). Neste mesmo ponto, de acordo com Magossi, há seis meses houve o registro de uma mortandade ainda maior de peixes. “Em ambos os casos, as carcaças ficaram concentradas no mesmo local. Algumas centenas de metros rio abaixo não havia mais nada”, relatou.
Sem oxigênio
Em 12 de fevereiro, milhares de peixes foram encontrados mortos no Rio Piracicaba nas imediações da Avenida Jaime Pereira (Estrada do Bongue). Laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apontou que, em razão da falta de chuvas, trechos do curso d’água ficaram praticamente sem oxigênio por quase seis horas, o que contribuiu para a mortandade.
Impacto da barragem
O Tanquan abriga uma colônia de pescadores e uma área alagada que serão inundadas caso o governo estadual construa uma barragem no Rio Piracicaba, na altura de Santa Maria da Serra (SP), para ampliar a navegabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná até o distrito de Ártemis, em Piracicaba. O projeto está em fase de licenciamento, mas o Ministério Público e entidades ligadas à defesa do meio ambiente são contra o empreendimento em razão dos danos que poderá causar à natureza no local.
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