Operação policial retira pescadores dos rios na região de Rio Preto-SP
A pouca chuva que atingiu algumas cidades do noroeste paulista não resolveu os problemas causados pela estiagem e não mudou em nada o nível dos rios. No Rio Grande, onde a abertura e fechamento das comportas modificam o leito a todo momento, a situação ainda é a mais crítica das últimas duas décadas. Por causa dos riscos de mudanças bruscas no leito da hidrovia, a Polícia Ambiental faz operações para retirar da água os poucos pescadores que restaram.
O Rio Grande baixou tanto que é possível encontrar gente pescando no meio do leito. Para evitar acidentes, foi emitido um alerta pedindo para que pescadores e turistas não se arrisquem nas margens e dentro da água, já que o nível pode oscilar de acordo com as ações da hidrelétrica. “Este cenário seco é completamente atípico, por isso as pessoas não estão acostumadas com o rio raso. Alguns se arriscam, mas é preciso ter cautela”, explica o capitão da Polícia Ambiental, Alessandro Daleck.
A seca rigorosa transformou a paisagem do reservatório da usina de Marimbondo, em Icém (SP) e que fica na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Entre os estão preocupados com a situação do rio está o dono de barcos Domingos Pereira, que sobrevive do aluguel das embarcações. “Está difícil de trabalhar porque não tem água. Os barcos ficam parados e estamos pensando em levar todos para a terra”, diz Domingos.
No entanto, muitos estão desobedecendo e os policiais ambientais fazem o trabalho de orientação. A recomendação da polícia é evitar a pesca embarcada tanto abaixo quanto acima dos reservatórios das hidrelétricas. Para quem tira o sustento do rio não resta outra opção a não ser esperar uma ajuda da natureza. “Com o nível assim não conseguimos pegar peixe em nenhum dos lugares que estamos acostumados. Ficamos tristes porque mudamos para cá para viver do peixe, mas estamos sem condições”, afirma o pescador José Procópio.
De acordo com o operador nacional de energia elétrica, o reservatório está com pouco mais de 20% da capacidade. Para os especialistas, nos próximos meses a situação não deve mudar. Com a chegada do inverno, o clima deve ficar cada vez mais seco.
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