A temporada da tainha já começou, mas quem pesca usando barcos ainda não pode trabalhar. O problema está na falta de uma normativa que permita o uso da rede anilhada — também conhecida como rede de cerco ou emalhe —, única forma de pegar cardumes inteiros, tornando a atividade viável. Hoje o uso é proibido pelo Ibama.
Pescadores de todo o estado farão uma manifestação nesta segunda-feira na Superintendência do Ministério da Pesca para cobrar uma solução para o problema. A situação é exatamente igual a da temporada 2013, quando um pescador recebeu uma multa por ter a rede anilhada em seu barco.
A proibição já existia, mas era a primeira vez que o Ibama multava alguém. Na época, pescadores do estado inteiro se reuniram para protestar na Superintendência do Ministério da Pesca e em frente ao Ibama.
Seis dias depois do início da última temporada da tainha, o Ministério da Pesca permitiu o uso das redes de emalhe em barcos que já haviam previamente sido liberados para a pesca. A normativa valia apenas para 2013.
O pescador da praia de Ingleses, Gabriel Lemos, explica que a liberação da rede anilhada é importante para todas as comunidades de pescadores.
— O cerco de praia geralmente é feito por pessoas que não precisam disso. O pessoal que usa a rede anilhada e vai de barco para longe da costa depende da pesca para viver — explica Gabriel.
O cerco de praia não possui restrições e a atividade segue normalmente. Até agora não surgiram grandes cardumes de tainha no litoral catarinense.
O que é a rede anilhada?
É uma rede usada para pegar cardumes inteiros de tainha. Os pescadores identificam o cardume e vão soltando a rede enquanto o barco percorre um trajeto no formato de um círculo, cercando os peixes.
Na parte debaixo da rede há anilhas — argolas de metal — por onde passa uma corda. Assim que o cardume é cercado, essa corda é puxada e as tainhas ficam presas. Os peixes ficam “ensacados” e a rede é puxada novamente para o barco.