Piscicultura em ascensão no Mato Grosso, geografia ajuda
O ministro da Pesca, Eduardo Lopes, disse esta semana que “a previsão é que em três anos o estado produza cerca de 700 mil toneladas de pescado ao ano o que irá representar 70% da produção nacional”. O sucesso na criação de peixe na região se deve a geografia de Mato Grosso, que oferece muita água e ainda farta matéria-prima para a produção de ração, responsável por 70% dos custos de produção na piscicultura.
Com todas essas possibilidades, Sorriso deve se tornar “o epicentro da produção de peixes nativos”, segundo o ministro, após solenidade de inauguração de um frigorífico no município sorrisense com capacidade para 40 toneladas de peixes a cada turno de oito horas.
Para o ministro, a expectativa é que essa produção ganhe tanta importância quanto a produção de soja. “Mato Grosso já é conhecido pela produção agrícola e agora briga para ser o maior produtor de pescado. A aquicultura é a última fronteira produtiva do Brasil e já partimos para a conquista. Certamente este Estado tem condições de ser o maior produtor de pescado do país”, afirmou o ministro.
O governador Silval Barbosa afirmou que o governo se empenha em buscar formas para facilitar a produção dos piscicultores, a fim de oferecer toda a infraestrutura para que pequenos e grandes produtores possam trabalhar com segurança. “Vamos fazer a maior safra não só de grãos, mas também de pescado. Mato grosso passa a ter outra cadeia econômica tão importante quanto o agronegócio”, explicou.
Conforme dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, Mato Grosso possui cerca de dois mil piscicultores registrados. Esse número vem aumentando rapidamente com as facilidades oferecidas para a expansão da produção, como a simplificação na área ambiental, o apoio das Prefeituras e o crédito mais barato, por meio do Plano Safra da Pesca e Aquicultura. Segundo Silval Barbosa, os piscicultores de pequeno porte foram dispensados de licenciamento ambiental. Eles precisam, entretanto, se inscrever no cadastro de exploração e criação de peixe do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), conforme a lei estadual nº 9.933, de 07 de junho de 2013.
Todo o estado de Mato Grosso tem condições de produzir muito peixe, de acordo com o ministro da Agricultura, Neri Geller. Por aqui, não falta água e espécies de interesse comercial. Além das três bacias hidrográficas: Amazônica, do Paraguai e a do Araguaia-Tocantins, Mato Grosso é o líder na produção de grão, matéria prima para a ração da piscicultura. “Temos um potencial extraordinário”, comemorou Geller.
O presidente da Famato, Rui Prado, agradeceu ao governador Silval Barbosa pela iniciativa de descentralizar a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), para dar agilidade aos processos de licenciamento ambiental. “Os produtores rurais têm muito a crescer neste Estado”, comemorou. Segundo o prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, essa iniciativa do governador Silval Barbosa irá reduzir o tempo de espera dos piscicultores para começar um empreendimento. Silval Barbosa fez questão de enfatizar que serão agilizados os procedimentos, o que não significa simplificar as exigências ambientais.
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