Primeiro defeso do camarão do ano em Sergipe é encerrado sem infrações
O primeiro defeso do camarão deste ano em Sergipe que começou no dia 1º de abril, termina na noite desta quinta-feira (15) sem nenhum registro de ocorrência significativa no estado, segundo a superintendência do Ibama. Neste período a pesca do crustáceo está proibida com o objetivo de proteger os espécimes mais jovens ou em fase de recrutamento e desova.
A partir de amanhã, os barcos de pesca voltarão a atuar normalmente. Eles estarão liberados para as atividades de captura, conservação, beneficiamento, comercialização ou industrialização do camarão rosa, camarão sete-barbas e camarão branco.
O descumprimento do defeso sujeitou os infratores a uma multa que varia entre R$700 e R$100 mil, acrescida de R$20, por quilo do pescado. Além disso, estavam previstas a perda da embarcação, dos equipamentos de pesca e do produto e também o cancelamento da licença de pesca.
O defeso em Sergipe é realizado em duas fases distintas. A primeira, de 1º de abril a 15 de maio; a segunda, de 1º de dezembro a 15 de janeiro. Segundo Manoel Resende, superintendente do Ibama em Sergipe, nenhuma grande ocorrência no estado foi registrada neste período.
“Três operações foram feitas e o resultado nos deu bastante satisfação, já que não foi constatada nenhuma ocorrência que merecesse o lavramento de um ato de infração. A regra foi respeitada por aqui”, garante o superintende.
Manoel Resende afirma que esta situação ocorre por que os pescadores sergipanos já estão conscientes da importância de se respeitar o período para reprodução do camarão.
“Há 20 anos que o setor produtivo participa das discussões para a construção do ato normativo que regula a pesca. Então, quem trabalha nesse ramo já tem consciência da importância de se cumprir o defeso. Quando a pesca é interrompida, eles têm o tempo suficiente para se reproduzir e ganhar tamanho. É um ganho para o meio ambiente, mas também um ganho para todo o segmento de pesca do camarão”, afirma Resende.
A pesca do camarão estava proibida no território que compreende a costa nos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e os municípios de Mata de São João e Camaçari na Bahia.
Comércio
O defeso do camarão reflete diretamente no comércio do crustáceo. Segundo a comerciante Edna Menezes, os preços chegaram a aumentar neste período. “Estamos vendendo basicamente o camarão de viveiro, que tem um custo mais alto. Porém, as pessoas preferem o camarão que vem do mar”, afirma.
Na banca de Edna o quilo do camarão varia entre R$15 e R$20 o de viveiro, enquanto o do mar, armazenado em estoque, custa R$22. A comerciante espera que as vendas aumentem após o fim do defeso. “Pode ser que o preço diminua, já que o camarão do mar é mais em conta. Isso deverá atrair mais clientes”, comenta a vendedora.
Você precisa fazer login para comentar.