Com a maior reserva de água doce do mundo, estudos apontam que o Amazonas possui aproximadamente 3 mil espécies de peixes nos seus rios. Nesse rumo, o secretário Executivo da Pesca da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Geraldo Bernardino, afirma que o setor pesqueiro do Estado movimenta uma cadeia na ordem de R$ 3 bilhões ao ano, e que pode ampliar com a ampliação de investimentos.
Segundo ele, apesar da quantidade de espécies, os pescadores extrativistas e de manejo exploram no máximo 100 delas, e a apenas 20 espécies respondem por 85% do pescado consumido no Estado. “Se considerarmos a pesca de autoconsumo, estamos retirando entre 180 a 200 mil toneladas ano”, destaca.
Somente a atividade da pesca extrativista representa, conforme o secretário, 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, e emprega cerca de 180 mil pessoas que podem ser chamadas de pescadores, tendo em vista que fazem da pesca seu principal meio de vida, embora, apenas 122 mil estejam registrados no Ministério da Pesca. “A pesca extrativa no nosso Estado alimenta diariamente 600 mil pessoas”, comenta.
Os municípios de Tefé, Manacapuru, Iranduba, Itacoatiara e Santo Antônio do Içá, segundo Bernardino, representam o maior potencial da pesca extrativista do Amazonas. As espécies pescadas para a comercialização e o consumo familiar são: jaraqui, pacu, sardinha, curimatã, e matrinxã.
Bernardino afirma que, atualmente a pesca amadora ou esportiva é um segmento de enorme potencial no Amazonas. “O Estado é seguramente o detentor das melhores áreas para a pesca amadora. Algumas delas já em exploração e outras ainda inexploradas, assim como de enormes quantidades de espécies desejáveis para essa modalidade de pesca”, comenta.
Dados da Sepror apontam que a pesca amadora promove um fluxo de aproximadamente 12 mil turistas/pescadores, sendo desse total 60% nacionais e 40% estrangeiros. Movimento que gera em toda a cadeia arrecadação na ordem de R$ 60 milhões, por ano.
Segundo Bernardino, esse valor pode ser duplicado ou até triplicado. “É necessário, contudo, promover uma melhor distribuição desse recurso, tendo em vista que a renda deixada para as comunidades ainda é muito pequena. Esse público deve ser privilegiado pelo bolo gerado pela atividade”, ressalta.
Para ele, a modalidade de pesca amadora é interessante, pois promove renda sem gerar desequilíbrios nos estoques das espécies pescadas. “Necessita, no entanto, da criação de marcos legais que as regulamentem e transformem os municípios e as comunidades em protagonistas na gestão da pesca amadora”, avalia o secretário.
Nesse segmento, Bernardino informa que no Amazonas a espécie mais comum é o Tucunaré, presente em grande quantidade nos municípios de Barcelos, Careiro, Novo Airão, Nova Olinda, Santa Isabel e Parintins.