A pesca ilegal da lagosta tem ocasionado problemas a comercialização do crustáceo no mercado de peixes do Mucuripe, em Fortaleza. Há um mês, a pesca da lagosta foi liberada no Ceará. Mesmo assim, a falta do crustáceo é sentida nos pontos de venda fazendo com que o preço chegue a R$ 65 o quilo. A queda no comércio, segundo comerciantes, é de 30%.
No Mercado do Mucuripe é pequena a comercialização da lagosta nos boxes. “Tivemos uma perca de mais de 30%. Ano passado o comércio estava em alta, mas agora está fraco”, disse um comerciante.
Segundo a Associação dos Armadores de Pesca da Lagosta do Ceará, após 10 dias no mar, os pescadores do Mucuripe trazem em média apenas 200 kg de lagosta. A associação diz que, em 2013, eles conseguiam até mil quilos do crustáceo ainda vivos. A queda, conforme a associação, está relacionada a pesca predatória que utiliza armadilhas ilegais.
A única permitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) é o manzuá que atrai somente lagostas grandes. “O mar hoje tem mais cacoeira, a rede, do que o manzuá. A quantidade de lagosta capturada representa 50%, mais ou menos, quer dizer, um entorno 50% menor do que o ano passado”, explica o presidente da Associação dos Armadores.
Fiscalização escassa
A costa do Ceará e de outros estados do nordeste é fiscalizada por apenas um barco do Ibama. É comum vê-lo parado no Porto do Mucuripe. A falta de vigilância facilita a ação de pescadores irregulares que usam um método proibidos para captura a lagosta.
O Ibama admite que a fiscalização apresenta problemas. No entanto, reforça, que as equipes também realizam operações em terra para inibir a pesca ilegal. O Ibama apresenta outros problemas além da pesca ilegal. Como as mudanças climáticas.
“Estamos conseguindo deter esses pescadores. Se não acontece no mar conseguimos detê-los por terra”, afirmou o coordenador de fiscalização do Ibama, Miller Holanda Câmara.