A estiagem no Sudeste do Brasil está provocando prejuízo para moradores e empresas de cidades no interior de São Paulo que dependem das águas de Três Rios.
A falta de chuva mudou a paisagem dos rios Tietê e Paraná. Os barcos dos pescadores agora estão fora da água.
O transporte de cargas pela hidrovia Tietê-Paraná está paralisada entre as cidades de Buritama e Pereira Barreto. Piscicultores estão tendo que mudar os tanques de peixes de lugar. A margem do rio recuou mais de 700 metros. A prainha que antes ficava lotada de turistas agora parece abandonada.
“Vinha sempre bastante gente de fora, ficava nos quiosques, pousava, ficava final de semana e agora sumiu todo mundo”, conta Maria Isabel dos Santos, comerciante.
A usina hidrelétrica de Água Vermelha, que fornece energia para mais de 4 milhões de moradores, opera com apenas 15 % da capacidade.
Em um trecho, o Rio Grande praticamente desapareceu. Na hidrelétrica de Ilha de Solteira, na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, a régua mostra o quanto a água do reservatório baixou. O sistema que tem capacidade para fornecer energia para 7 milhões de residências, opera com 0 % da capacidade, o pior índice de todos os tempos.
No ano passado, nesta mesma época, o volume era quase 80 %.
O nível do reservatório baixou tanto, que fez ressurgir uma história que estava escondida debaixo d’água, há mais de 40 anos. Nas ruínas da antiga cidade de Rubinéia, que desapareceu quando foi inundada, na década de 1970, para dar lugar à represa da usina.
A Cesp, concessionária responsável pela hidrelétrica de Ilha Solteira, informou que está trabalhando com a capacidade mínima para geração de energia. Segundo o operador nacional do sistema elétrico, por enquanto não há risco pro fornecimento de energia, porque as hidrelétricas do Brasil estão interligadas. Ou seja, as que estão com os reservatórios mais cheios compensam as que estão com níveis mais baixos.