Servidores usam lancha do MPA destinada a fiscalização em passeio na Bahia
Servidores do governo federal foram vistos usando uma lancha da administração para fazer um passeio no arquipélago de Abrolhos, sul da Bahia, no último domingo. Fotos obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo mostram a embarcação, que deveria ser usada para patrulhar a costa brasileira, com a âncora abaixada perto da única ilha na região aberta aos turistas, Siriba.
Na imagem aparece, um casal com trajes de banho namorando no convés, uma criança na cabine e dois homens com camisetas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
O órgão federal, responsável pela fiscalização da pesca ilegal na região de Abrolhos, confirmou a presença da lancha e dos funcionários na região, mas negou que estivessem passeando. Apoena Figuerôa, coordenador do órgão em Porto Seguro, cidade a 714 km da capital baiana, afirmou que as fotos mostram o coordenador regional substituto do órgão, Amarílio Fernandes, um filho, a mulher dele (funcionária do Ibama) e dois funcionários terceirizados.
Ele disse que também estava no grupo, junto com a mulher servidora do ICMBio e que a ida da lancha estava programada e a presença do grupo na embarcação não atrapalharia a atividade.
Figuerôa ainda explicou que o grupo usou a lancha entre 8h e 18h de domingo e visitou, a ilha de Santa Bárbara para conhecer um alojamento da Marinha cedido ao ICMBio e depois foi à Siriba. Sobre a presença da criança, o coordenador do órgão diz que eles não tinham com quem deixar a criança. O ICMBio de Brasília preferiu não comentar o caso. O ministério da Pesca, que cedeu a única lancha da região afirmou que pedirá esclarecimentos ao ICMBio.
Apesar dos casais e crianças em trajes de banho no convés, o Ministério da Pesca, responsável pela fiscalização do uso da embarcação, negou que os servidores estivessem em um passeio. “As lanchas são cedidas por instrumentos legais, com obrigações e deveres ao permissionário, não tendo destinação recreativa”, disse a Folha de São Paulo. De acordo com o coordenador do ICMBio em Porto Seguro, Apoema Figueirôa,ele também estava no grupo.”Entendo que o fato de os participantes terem aproveitado para nadar e mergulhar não caracteriza isso [lazer]”, afirmou.
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