Apesar de toda a potencialidade natural do Amazonas, o Estado é apenas o 12º maior produtor de peixes em cativeiro do País. A dificuldade logística, o preço da ração e a grande oferta de peixes na natureza são algumas das justificativas para a baixa produtividade do Estado, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura do Amazonas (Sepa/Sepror).
O tambaqui é a espécie mais produzida em cativeiro no Estado, porém, comparado aos outros Estados, o Amazonas figura em quarto lugar. Os dados são do levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que constam na pesquisa de Produção Pecuária Municipal referente a 2013, divulgada nesta terça-feira.
Pela primeira vez, o estudo introduziu os dados da aquicultura após acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura (Mapa), informou o IBGE.
A produção de peixes em criatórios totalizou 15 mil toneladas (t) 3,8% da produção nacional, o que rendeu R$ 98,8 milhões ao Estado, 4,9% do valor total nacional. No Estado, 53 municípios participam da produção piscicultora.
Na Região Norte, o Amazonas aparece em terceiro lugar, atrás de Roraima, com 16,1 mil t e Rondônia com 25,1 mil t. Mato Grosso, Paraná, Ceará, São Paulo e Rondônia são os Estados com maior produção de peixes em cativeiro do País.
Segundo a Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura do Amazonas (Sepa/Sepror), a atividade ainda é emergente no Estado.
“Rondônia é muito concentrada e ligada por estradas, o que facilita a aquicultura com mais disponibilidade de ração e escoação da produção. A aquicultura do Amazonas se concentra em torno de Manaus e Rio Preto da Eva, por conta do custo de produção”, avalia Bernardino.
Entre os municípios, Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros a nordeste de Manaus) é o maior piscicultor do Amazonas, com 5,4 mil t no ano, 36% do total, seguido por Benjamin Constant, no Alto Solimões, com 1,4 mil t e Manaus, com 1,1 mil t.
O maior produtor de peixes do País foi Sorriso (MT), com 21,5 mil t de peixes em 2013, seguido de Jaguaribara (CE), com 14,5 mil t e de Nossa Senhora do Livramento (MT), com 14 mil t.
Segundo o IBGE, o Amazonas é o maior produtor de matrinxã em cativeiro do País, com 3,1 mil t, mais da metade da produção total, o que rendeu R$ 23 milhões. O Estado também aparece como o quarto maior produtor de curimatã, 266t (9,6% do total), o que representou R$ 2,4 milhões.
Não há registro da criação de pirarucu nem tucunaré em cativeiro. Segundo Bernardino, a grande oferta de tucunaré nos rios do Estado diminui o interesse na produção em cativeiro. “O Amazonas é o maior produtor extrativo de tucunaré, além de tambaqui, pirapitinga, surubim, tucunaré, pescada, jaraqui, pacu e piau”, afirma o secretário.
Açaí rende R$ 93,4 mi para o Estado
O Amazonas continua sendo o segundo maior produto de açaí extrativo do País com 35,5% da produção nacional. O Pará é o maior produtor com mais da metade de participação, 54,9%, segundo a Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura 2013 do IBGE.
O Estado produziu 71,7 mil toneladas o que corresponde a R$ 93,4 milhões. O principal município produtor do País continua sendo Codajás (a 240 quilômetros a oeste de Manaus), seguido por Limoeiro do Ajuru e Oeiras, ambos no Pará, Itacoatiara (a 176 quilômetros a leste de Manaus) e Muaná, Ponte de Pedras e São Sebastião da Boa Vista, todos no Pará. Os 20 maiores municípios produtores concentram 70,8% da produção nacional.
D24AM