Boto é encontrado envolto em rede em área onde pesca é proibida no RS
Um boto envolto em um pedaço de uma rede de pesca chamou a atenção do oceanólogo Rodrigo Cezar Genoves no estuário da Lagoa dos Patos em Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o fato ocorreu no início da tarde deste sábado (17) e, a menos que “um milagre” acontecesse, o animal acabaria morrendo de fome.
“Ele consegue nadar. Ele tem de subir para respirar, e consegue fazer esse tipo de movimento, mas ele se alimenta de peixes e não é fácil para ele cercar um cardume e comer com a rede presa ao corpo. Por mais que consiga respirar, tendência é que siga fazendo esforço e vá se desgastando”, explicou o estudioso, que faz doutorado na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), na cidade gaúcha, e participa do Projeto Botos da Lagoa dos Patos, ligado ao Museu Oceanográfico da instituição de ensino, que monitora a população de mamíferos no estuário.
Genoves ressalta que a pesca é proibida na área onde ficam os botos, na saída do estuário. Estudioso dos animais, ele garante que seria impossível o boto ter ficado preso em uma área onde o uso de redes é permitido e depois ter se deslocado até o local onde os mamíferos costumam ficar.
“Ele certamente se enozou naquela área. Por mais que o Ibama fiscalize, a gente sempre encontra redes em lugar proibido. Sempre estamos registrando isso. Nem todos os pescadores respeitam a área de exclusão”, lamenta.
Genoves disse ter acompanhado a luta do boto por cerca de uma hora e meia. Chegou a tentar se aproximar para retirar o pedaço de rede do animal, mas não teve sucesso. “Tínhamos um bastão na lancha para tentar arrancar a rede. Era o que podíamos fazer. Mas ele conseguia nadar um pouco. Sempre que a gente chegava perto, ele se afastava”, contou.
Portal G1
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