Os animais marinhos, a exemplo de tartarugas e golfinhos, são um dos maiores prejudicados quando a população descarta o lixo em local inapropriado. Segundo a bióloga Rita Mascarenhas, que é coordenadora da ONG Guajiru e do Projeto Tartarugas Urbanas, foram encontrados pedaços de plástico no interior de cerca de 75 das tartarugas que foram encontradas mortas nas praias da Grande João Pessoa em 2014. Apenas nos dois primeiros meses de 2015, 15 já foram achadas nesta situação.
Até o lixo jogado nos centros urbanos, longe do mar, pode afetar os bichos, conforme explicou Rita. “O lixo acaba indo para o mar através do sistema de drenagem. A pessoa joga o lixo em um terreno baldio. Quando chove, a água da chuva leva esse material para o sistema de drenagem, que despeja a água com os resíduos nos rios. E os rios desembocam no mar. Às vezes você mora a quilômetros da praia e está matando um animal marinho”, explicou a bióloga.
O tipo de plástico mais encontrado no interior dos animais é a sacola usada em supermercados. De acordo com Rita, as tartarugas confundem as sacolas com alimento. Também são costumeiramente identificados filamentos de cordas usadas em redes de pesca. “Esse material faz um bolo e entope o intestino dos animais”, esclareceu.
Apesar do grande dano que o lixo pode causar aos animais marinhos, Rita Mascarenhas esclarece que o plástico descartado de forma inadequada também pode prejudicar a própria população. “O plástico tem produtos químicos que contaminam a água, o solo e, consequentemente, o nosso alimento. O problema é muito mais abrangente que impedir a morte de animais. É também garantir a vida do ser humano em um planeta limpo”, disse a bióloga.