Com a cheia do Rio Madeira, moradores de Rondônia escolheram um novo ponto para pescar: às margens da BR-319, sentido Humaitá (AM). Desde o início desta semana, pescadores têm sido flagrados no local, com varas e redes, em busca de pequenos peixes. Além da pesca, a água represada próxima à estrada tem sido utilizada para a recreação de crianças e adolescentes. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) diz que não há perigo de contaminação. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que não pode proibir a pesca no local. O rio atingiu a marca de 16,98 metros na quarta-feira (11).
Desde que as águas alcançaram a beira da pista, Carlos Kléber costuma ir ao local com o filho e o sobrinho. “Sempre que não trabalho, venho com os meninos pescar, mas não consumimos os peixes, porque tenho medo de estarem contaminados. Ou devolvemos para a água ou doamos para meu vizinho”, comenta. Enquanto Kléber pesca, o filho aproveita para brincar no rio.
De acordo com a Sema, não existe risco dos peixes ou o rio no local estarem contaminados. Apesar das águas serem escuras em um lado da BR-319, a pasta explica que a coloração se deve a questões naturais e não a fatores ligados à poluição ou à contaminação.
Segundo a população que mora nas proximidades da BR-319, antes da cheia histórica de 2014, quando o Rio Madeira atingiu a marca de 19,74 metros, o volume de água no local costumava aumentar no inverno e diminuir no verão, mas sem alcançar a rodovia. No ano passado, o cenário mudou. Agora em 2015, novamente, os moradores veem o rio subir em ritmo rápido e se aproximar cada vez mais da pista, atraindo curiosos e pescadores.
O pescador profissional Jorge Luís diz que estava passando pelo local quando viu a movimentação e decidiu se juntar ao grupo. “Peguei um barco emprestado de um rapaz que mora perto e vim pescar”, conta Jorge, que tem um método específico, e secreto, para atrair os peixes da localidade.
Paulista é outro pescador que também tem aproveitado o novo ponto de pesca de Porto Velho. Profissional, Paulista se preocupa com a legalidade da prática e garante só capturar espécies fora do chamado período de defeso, quando fica proibida a pesca de peixes que estão em época de reprodução. “Não pescamos Tambaqui e nem Jatuarana”, assegura o pescador, que vai ao local na companhia de um amigo.
Pesca Permitida
A Secretaria de Meio Ambiente confirma que a pesca na região é permitida desde que seja respeitado o período de defeso. A pasta informou que só atuará caso os pescadores capturem espécies na fase de reprodução.
A PRF também disse que não há proibição para a prática às margens da rodovia. Conforme o inspetor João Bosco Ribeiro, a preocupação é com a aglomeração de pessoas às margens da estrada e, por isso, a Polícia Rodoviária Federal orienta que os moradores tenham cautela para evitar acidentes.
Portal G1 – Globo.com