Um dos maiores peixes de água doce do planeta, o pirarucu pode medir 3 metros e oferecer 70 quilos de carne. É uma das espécies mais cobiçadas da Amazônia – e, por isso, uma das mais ameaçadas. Desde o fim do século passado, o declínio drástico da população resultou na proibição da pesca dentro dos limites das unidades de conservação da região. No médio Solimões, porém, um programa se tornou referência – e esperança – para esse gigante das águas.
De junho a novembro, barcos partem todos os dias das beiradas de rio em direção ao interior das reservas Mamirauá e Amanã, localizadas em Tefé, no Amazonas. É a época do chamado manejo participativo, um programa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá que ocorre em uma área de mais de 3 milhões de hectares, superior aos territórios de países como Costa Rica e Suíça.
Apenas 30% dos adultos capturados podem ser abatidos – o restante permanece nos rios para fins de reprodução. A comercialização e a divisão dos benefícios são compartilhadas. “A pesca no Amazonas tem importância econômica e cultural”, diz Ana Cláudia Torres, coordenadora do programa. O próximo desafio é fazer da prática uma política pública. “O reconhecimento do manejo estimulará a adoção da experiência”.
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