Pescadores artesanais temem o desaparecimento do peixe Peroá no ES
Pescadores do Sul do Espírito Santo temem que o peixe peroá desapareça do litoral capixaba. O motivo do sumiço seria a pesca irregular, quando os peixes ainda são pequenos e fora do padrão para o comércio. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) informou que realiza fiscalizações periódicas.
Em uma peixaria de Itaipava, no litoral de Cachoeiro de Itapemirim, o peroá é o peixe mais procurado. Ele estava sendo vendido a R$ 22 o quilo durante o verão, agora já pode ser encontrado a R$ 6.
“Está todo mundo feliz. Até quem trabalha em alto mar está deixando de pescar em alto mar para pescar peroá. É o que tem mais consumo aqui no litoral”, disse o dono da peixaria, João de Matos.
Foram registradas imagens de barcos chegando cheios de peroá, no mês de abril, em Marataízes. O preço do peixe também abaixou lá, e o consumidor aproveitou. “Por esse preço vale a pena comprar, né?”, afirmou uma consumidora.
O secretário de Meio Ambiente de Itapemirim, Tiago Leala, que também é técnico na área, explicou duas possíveis causas. “É a questão de oferta de alimento para eles, uma vez que eles se alimentam principalmente de crustáceos, estrelas do mar, ouriços e até lagosta. Esse material era colhido para fazer artesanato, e eles ficaram sem oferta”, explicou o secretário.
O segundo motivo seria a pesca excessiva, conhecida como “sobrepesca”. “A quantidade de peixe retirado do mar era maior que a reposição natural”, disse Tiago Leala.
O dono de peixaria Oleilson Silva mostra o tamanho dos peixes que chegaram, que têm menos que 600 gramas. O empresário Wudson Ferreira, que procurava o peroá branco para comprar, desistiu por causa do tamanho.
“É um pouco assustador, porque é um peixe tão bom, tão nobre, é uma carne boa, tem pouca espinha. Só que o tamanho que está sendo comercializado está deixando a desejar. Era um peixe que era identidade do capixaba”, disse o empresário.
Precaução
Segundo o secretário de Meio Ambiente Tiago Leala, a prefeitura prevê ações para evitar que o peixe desapareça de novo. O secretário disse que a questão da educação ambiental será abordada junto aos pescadores, principalmente em relação ao tamanho do peixe pescado.
O Ibama informou que realiza fiscalizações periódicas e que o tamanho mínimo para pesca é de 20 centímetros. Caso seja encontrado um tamanho menor, o produto pode ser apreendido.
Gazeta do Sul – ES
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