Fiscais da Estação Ecológica de Carijós fizeram nesta quinta-feira mais uma saída para coibir a pesca dentro e na enseada do Rio Ratones, Norte da Ilha de Santa Catarina. Na mira os pescadores que descumprem os limites de mil metros de distância da desembocadura do rio e os 300 metros do costão. Desde que a chamada Operação Tainha começou, em 15 de maio, foram lavrados 39 autos de infração e seis embarcações apreendidas. Quem descumpre a lei é autuado em R$ 1,4 mil e R$ 40 por quilo de peixe capturado. Em caso de reincidência, os valores são maiores. Os infratores respondem a processo na Justiça Federal.
A maioria dos peixes marinhos que ocorre no estuário usam o manguezal como abrigo. Depois migram para áreas mais abertas e profundas na Baía Norte.
A Estação Carijós tem oito fiscais e é considerada como a unidade que mais apreende redes no país. Na temporada 2014 foram 5 quilômetros de redes apreendidas, uma extensão que poderia unir a Ilha de Anhatomirim e Praia do Forte.
O oceanógrafo Silvio de Souza Junior é chefe da Estação Carijós e explica que há casos em que os pescadores são encaminhados para a Polícia Federal. Em muitos casos a abordagem serve para conversas que tem caráter educativo junto ao pescador:
— Todos sabem da legislação, mas é importante conversar. Temos casos em que os próprios pescadores que dependem da atividade se encarregam em denunciar os que burlam as regras— explica.
Ontem pela manhã, o casal Salete e Juarez Ramos Padilha estava em um barco dentro da área proibida, porém, como não foi flagrado com as redes ao mar, foram apenas advertidos. Os pescadores moram no bairro João Paulo e consideraram positiva a presença dos fiscais:
— Nós vivemos da pesca e achamos importante a preservação. Existem dias que são tantas as redes próximas da barra que nem podemos trafegar — relatou Padilha.
Mas a presença dos fiscais em barcos ou costões nem sempre é bem recebida. Existem os que consideram se tratar sempre de pequenos pescadores que, apesar da atividade proibida, não chegam a impactar nos cardumes.
— A gente não multa pescador, a gente multa ladrão de peixe — diz Luís Frota da Rocha, analista ambiental e que também atua como fiscal.
Até que o processo seja julgado, os utensílios de pesca ficam no pátio da Estação Ecológica de Carijós. Em muitos casos os donos das redes não são identificados. Cabe ao funcionário Gilberto da Silva encarregar-se de separar o pano e tralha (corda e chumbo). O material quase sempre segue para doação para entidades, como bombeiros.