Foi constatado pela Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul-AC que a pesca com ricuca (jeito de pescar puxando a rede para a praia) tem trazido desperdícios dos animais. Segundo o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), a prática é ilegal e precisa ser coibida.
O problema se dá quando os pescadores pegam peixes menores e que não serão comercializados e não devolvem para o manancial, deixando-os na praia. O mau cheiro e desperdício também tem gerado reclamações dos moradores que residem às margens do rio.
A dona de casa Alderlânia da Rocha conta que com a chegada da piracema, o bairro tem sofrido com o mau cheiro. “As pessoas pegam o peixe e ao invés de devolver para o rio o que não vai consumir, jogam na beira do rio. Isso é muito errado, está prejudicando crianças e idosos. Muitas pessoas as vezes não tem o que comer. Acho isso muito errado, tem ainda a questão dos urubus que se acumulam também nas praias”, reclama.
O presidente da Colônia de Pescadores da cidade, Elenildo Nascimento, diz que teme que o desperdício acabe gerando uma escassez nos anos seguintes. “É difícil controlar o desperdício. É grande a quantidade de peixe que está em um percurso de aproximadamente 10 quilômetros do rio. Mas, se os pescadores amadores não tiverem consciência, o prejuízo será sentido no futuro”, destaca.
O Imac alerta para a prática ilegal e diz que a ação deve ser coibida. “Depende da consciência das pessoas. Quem pesca com ricuca causa danos e é uma prática ilegal. Estamos mandando uma equipe para a beira do rio para combater o desperdício. Têm pessoas amadoras e que pescam por esporte que não atentam para coisas básicas e podem se prejudicar”, esclarece.
G1 – Globo.com