O Filet-O-Fish, sanduíche de peixe do McDonald`s, está ameaçando comunidades de pescadores no Alasca. A pesca massiva está acabando com a população de linguado, fonte de alimentação e renda de povos nativos.
Segundo uma reportagem do Slate, barcos pescam o badejo em massa, nas águas de Seattle, nos Estados Unidos. O peixe é vendido ao McDonald`s, para a produção do sanduíche, e também a alguns restaurantes japoneses na Califórnia, além de abastecer as fileiras de congelados de supermercados como o Walmart.
Os navios pesqueiros, às vezes do tamanho de campos de futebol, buscam o badejo no Mar de Bering, que separa o Alasca da Rússia. Os navios atravessam o mar e retornam a sua base em Seattle, nos Estados Unidos.
O problema é que esses barcos não capturam apenas o badejo. Uma vez que suas redes são feitas para pesca em massa, acabam capturando também o linguado. A quantidade do peixe está caindo nos últimos anos, ameaçando comunidades nativas do Alasca, como Yup’ik e Aleut.
Eles dependem do linguado como fonte de alimento e também de renda. Com a queda na população do animal, muitos pescadores estão perdendo seus empregos, diz a reportagem.
Mais de 30 mil pessoas no Alasca dependem do linguado para se alimentar. Quase 9 mil dependem da espécie como única fonte de renda no Alasca e no Canadá, mas o número é ainda maior considerando pescadores de Washington, Oregon e da Califórnia.
Legislação
Na própria embalagem do Filet-O-Fish, o McDonald`s afirma que faz a pesca de forma sustentável. O selo é emitido pelo Marine Stewardship Counsil, que monitora o impacto ambiental da pesca de empresas.
A captura acidental de linguado permitida corresponde a menos de 1% do total pescado pelos barcos comerciais. No entanto, como o volume pescado é enorme, a comissão Pacific Salmon Comission estimou que foram capturados mais de 2,8 mil toneladas de linguado no ano passado.
As taxas de linguado capturadas também ultrapassaram o permitido nos últimos anos. Em alguns casos, os pesqueiros jogam os peixes incorretos de volta ao mar, mas poucos sobrevivem.
Um representante do Conselho de Coordenação de Pesca do Pacífico Norte afirmou que a organização quer “assegurar o fornecimento de frutos do mar a todas as comunidades, incluindo comunidades costeiras que dependem de peixes para sua sobrevivência”.