Biólogo estima que onda de lama do Rio Doce atinja 10 Mil Km de litoral no ES
Pelo menos é o que diz o biólogo diretor da Estação Biologia Marinha Ruschi, André Ruschi. Segundo ele, já é possível prever os danos ambientais causados pela lama tóxica.
O biólogo fez uma publicação em sua página na rede social, explicando que “assim que chegar ao mar, a lama deve atingir cerca de 10 mil quilômetros quadrados do litoral capixaba. A sopa de lama tóxica que desce no Rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houverem chuvas fortes, irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 quilômetros quadrados no litoral norte e uns 7000 quilômetros quadrados no litoral ao sul”.
Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos, escreveu o biólogo na rede social..
Tão preocupante quanto, o biólogo afirma que a lama atingirá, também, três unidades de conservação ambiental (UCs): Comboios, Costa das Algas e Santa Cruz. Juntas, as reservas somariam 200 mil hectares no mar.
“Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico. Um hectare de criadouro marinho equivale a 100 hectares de floresta tropical primária. Isto significa que o impacto no mar equivale a uma descarga tóxica que contaminaria uma área terrestre de 20 milhões de hectares ou 200 mil km2 de floresta tropical primária”, afirma.
Em seu site, A Samarco divulgou uma nota sobre Intimação do IEMA-ES
A Samarco informa que recebeu o auto de intimação do Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), do Espírito Santo, no dia 8 de novembro, e que já está tomando as providências relacionadas no documento para mitigar as consequências geradas pelo avanço da pluma de turbidez pelo Rio Doce no estado. A empresa reitera que as ações imediatas já foram iniciadas e as demais estão sendo executadas dentro do prazo estabelecido. Até o momento, a empresa não foi notificada por nenhum descumprimento.
A distribuição de água para os municípios de Colatina e Baixo Guandu foi iniciada em 9 de novembro, com a disponibilização de 40 caminhões-pipa. Para cumprir as recomendações do documento, a empresa também disponibilizou uma aeronave para sobrevoos na região e está executando, em conjunto com o IEMA, um plano de monitoramento envolvendo especialistas a fim de avaliar os impactos da passagem da pluma. Ações integradas com órgãos estaduais e municipais também estão sendo desenvolvidas.
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