Quatro anos se passaram e levaram as águas do Rio Grande, assim como toda uma economia em torno do turismo da pesca em Colômbia (SP). Segundo a superintendência do Meio Ambiente do município, o nível do rio que fica na divisa de São Paulo com Minas Gerais caiu pela metade nesse período graças a uma combinação de chuvas insuficientes e inadequadas com a contenção de recursos hídricos em usinas hidrelétricas no entorno.
A reportagem da EPTV percorreu o leito e flagrou trechos com apenas meio metro de profundidade expondo pedras que dificultam ou mesmo impossibilitam a navegação.
Sem condições de pesca, a procura de turistas caiu na mesma proporção que o nível do rio. “É preocupante para nós que vivemos disso. A cada ano que se passa está ficando mais difícil”, diz José Adriano dos Santos, piloteiro e guia de turismo no município há 30 anos.
Acima da usina de Porto Colômbia existem outras usinas que têm que reter água para ficar no nível. Com isso o Rio Grande está cada vez mais seco. O que mantém um pouco de água no Reservatório de Marimbondo é o Rio Pardo, mas a Hidrelétrica de Marimbondo tem que abrir as comportas para deixar essa vazão, porque o Rio Grande logo abaixo está muito seco
Turismo em baixa
Segundo o guia José Adriano dos Santos, assim como outras pessoas que dependem do Rio Grande para trabalhar no turismo, a procura caiu na medida em que as águas baixaram.
“Havia semana que eu tinha que me esconder para poder descansar um dia, porque era direto. Agora a gente reza para o turista pescar dois dias por semana. Eu mesmo não estou pescando mais”, afirma Santos.
Proprietário de um hotel, Alcemir Veronese confirma ter sentido queda de 70% no número de turistas no município.
“Se hoje eu dependesse do turismo teria fechado o hotel e teria ido embora. Tive que ir atrás de empresas da região, que é o que hoje sustenta muito o hotel. O turismo acabou há uns dois, três anos, quando infelizmente acabou a água no rio”, lamenta.
Portal G1 – Globo.com